sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Poesia com Asas...




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Água gelada, quase uma pedra de gelo. Ela mergulhou na piscina, os pensamentos foram congelando e, no seu silêncio profundo, a paz meditativa lhe abraçou. A natação, a meditação e o frio dissolvendo o dia cansativo. Ela quis ir embora naquelas horas de desintegração da realidade.

Ficou na sua melhor casa... Nua dentro de si.

Quando um casal de Bem-te-vi pousa na escada da piscina, bem perto dos seus olhos, o encanto lhe acionou o silêncio da contemplação, ficou imóvel, quase sem respirar para aquela mágica partilha. Percebeu, entre lágrimas, o quanto os pássaros são belos, sublimes e etéreos...

O silêncio foi transformado em música, o canto do casal de Bem-te-vis, promoveu a beleza daqueles minutos premiados pela magia rara deste contato.

Ela resolveu guardar este momento na sua melhor casa: a poesia; uma poesia com asas de sublimidade. Quando voaram, ela teve a certeza que também voo.



Suzete Brainer  (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Lídia Wylangowska.


Aviso: Um voo para pausa, depois outro voo
             de volta aqui, para partilha que tanto
             aprecio!...

             Beijo e Abraço de Paz!

            Suzete Brainer.


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Digo Não ao Chip Humano!





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Em breve poderemos, com esta tecnologia “avançada” e invasiva, nos ser implantado um chip com todos nossos dados e seremos previsíveis quanto à nossa localidade. Ninguém se perderá numa floresta e provavelmente não teremos mais nenhuma floresta, tudo será fabricado artificialmente e nos restará a opção de mudar a cor e sentir o aroma artificial dos cheiros da natureza, igualmente a comidas que têm o aviso minúsculo de “sabor morango” e o morango é uma fruta muito antiga que perdeu a sua essência natural para uma tinta rosa com gosto de tinta com açúcar;  açúcar que também não é mais  açúcar...

Quando houver aquela fila enorme formada para todos serem efetivamente “chipados”, com algum discurso politicamente correto, de algum político eticamente incorreto (políticos são seres de mil vidas e mil caras e nunca teve chip que desse conta da sua extinção...),  numa abordagem do conformismo da civilização ultramoderna, que elimina os caminhos e jamais se perder nas rotas, todas as rotas são verificadas pelo chip, que oferecerá duas direções: esquerda e direita, porém, também, não existe mais a esquerda, esta foi alterada pelos americanos (donos do projeto dos chips), compraram esta alteração da esquerda no mundo todo.

Neste dia eu estarei com uma placa escrita à mão, trazendo a arte antiga da escrita, com os dizeres: - Digo Não ao Chip Humano!



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Alex Alermany.
  

domingo, 9 de outubro de 2016

O Rio das Palavras...





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Ah, as palavras! Correm como rio, sem espera... No congestionamento dos sentidos, sempre tem um engasgado com seu uso impróprio. Elas, livrem de intencionalidades malévolas, correm em busca de algum retoque perfeccionista, da sensibilidade da arte de entendê-las, em sua origem genuinamente tocante.

Talvez se falassem, diriam sobre a sua missão de evocar emoção, que no caminho dos gestos, sempre ocorrem facilmente. Mas, em sendo palavras, algo fica distanciado do ato, e mesmo assim, desejam também o mesmo fascínio de emocionar.

Tantas vertentes em seus cursos, as palavras absorvem tonalidades em todas as moradas de sua significação. Seus signos, com simbologias tão ricas, as deixam nuas e desertas, na hora  solitária da inscrição sem ser. Ela só quer Ser, um poema, um texto ou uma carta de antigamente repleta de romantismo em seu próprio e único veiculo de linguagem.  As palavras levavam a fantasia descrita de um rosto sem corpo, sem fala e com todo o magnetismo da sua viagem de letras.

As palavras querem a liberdade de correr no seu rio de mistérios!...



Suzete Brainer  (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Elzbieta Brozek.









terça-feira, 4 de outubro de 2016

O Poeta com o Sol na Cabeça...










Um minuto no relógio da vida,
a cada folha do dia
a cair lentamente,
enquanto o sol se dissolve
impreterivelmente.

Cada renovação é
uma viagem de átimos
colhidos de dias
sempre no hoje.

A vida é imperiosa
na sua roupa do presente,
guardar o peso do passado
             ou
ansiosamente projetar no futuro;
            mero engano mental.
A vida quer a casa interior nua,
para livremente caminhar...

Na casa da poesia,
mora o poeta com o sol
            na cabeça
a dissolver os grãos
           da ilusão.
O poeta transgride em
construir palavras de sol.


Nota: A palavra Poeta se refere a quem escreve poesia (feminino e masculino).


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Vladimir Kush.