sábado, 26 de abril de 2014

Pequeninos Grãos de Areia...











Às vezes me inquieta este mundo:

Abismos se constroem

Numa incompreensão palpável.

O silêncio é corroído

Por gestos mesquinhos,

As palavras são usadas,

Deformadas na essência construtiva.

Nada sobra desta atmosfera hostil,

Nem um sopro

Que leve, uma delicada

Forma de expressar

O afeto

Em um abraço.

Único abraço, que cale

O eco do vazio,

Do não sentir

O outro em mim...


Pontes são destruídas facilmente nesta selva humana,

A legitimidade do sentir,

É para poucos

Que gostem de uma caminhada de mãos dadas...


Nada como olhar para

O infinito do mar,

Dimensionar as dores

Em pequeninos grãos de areia...


Suzete Brainer ( Direitos autorais registrados)

Imagem do Google.



segunda-feira, 21 de abril de 2014

Navegando...









Pulsa

pulsa

algo em mim,

uma saudade adormecida

de um tempo esquecido,

uma outra época não vivida,

renascida na música ouvida,

lançado-me a mares revoltosos,

ondas gigantes,

e eu náufraga no meu “agora”.

vejo, distante

a música silenciar

todo o barulho

da minha inquietação.


A paz arruma

o silêncio por dentro.

Volto a flutuar

sobre o azul

do meu mar pacífico...



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Jim Warren.





quarta-feira, 9 de abril de 2014

Vida, Breve Flash...






Sempre senti a vida

             como breve.

             Ondas que sopram

             espumas de ideias.

            Olhares diversos
    
            da realidade instantânea.


           Em todos os lugares

                  Pontos

                        Raízes

          Buscam conexão.

         Infinitas possibilidades

        de encontros

        no oceano do acaso.

          O estar aqui:

       Um flash da consciência

             Flutuante;

      Um adormecer de terras

            Distantes;

     Um acordar no ponto

            contínuo,

     Na hora das cortinas

           fecharem.



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

 

sábado, 5 de abril de 2014

Explosão











   Nuvem

  Levando

 Todo o desengano

 Transparência empoeirada

 Pela eloquência

 Atormentada.


Facilmente

Feridas se abrem

Jorrando

A dor adormecida.

Escurece:

O horizonte distante,

Permanece.


Gestos

Calam doces palavras

Passos que se perdem

No eco

Do nada.



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)


Imagem: Obra de Jiang Guofang.