sábado, 25 de agosto de 2012

Elo Perdido

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Que espécie é essa  que se diz que evoluiu?
Que espécie é essa, tristemente humana
             a brotar das sombras feito um bicho?
Desaprendeu a preservar a espécie
            ou se perdeu no código genético?

Tivesse eu nascido pássaro
            teria já sido caçado.
Tivesse eu nascido felino
           estaria com a cabeça perdurada numa parede.
 Tivesse eu nascido pingüim
          ficaria à deriva
nas geleiras que aceleradamente se dissolvem.

O bicho homem que
Caça,mata,destrói
Em seu nome:
Preconceito
Maldade
Ambição
Prazer
Desrespeito.
Na madrugada com facadas,
Em pleno dia, assassinato encomendado.
Cilada, caçada, armadilha,
Abandono,
A miséria a céu aberto.

Que espécie é essa, o homem?
Queima índio, mendigo
Violenta, humilha os seus,
Joga as suas crias em saco ao rio.
Somos a evolução do macaco. (será?)

Quando o lado direito do cérebro será povoado com:
Arte,
Poesia,
Sensibilidade,
Meditação?...
Acordarão esses indivíduos para
a busca do seu elo perdido?

Mas, há luz
No final do túnel
        A
  A   M  A  R
        O
        R      

 Suzete Brainer (Direitos autorais registrados).

    

domingo, 19 de agosto de 2012

Poema Para Narciso.

    

         
É preciso
silenciar
as palavras,
o oculto,
o barulho externo
cortante,
que atravessa a alma
insistindo
em plantar o lixo alheio.
As tuas falas
o cenário caótico do desespero,
atuação precária
de dono da verdade,
freneticamente focado ao poder
do dinheiro,
numa ilusão profunda de si mesmo.
Não, não diz não ao que
Pode ser chamado de ti...
Resta ainda um ser
que um dia foi criança,
sem texto ensaiado,
encantava com a inocência
uma platéia maior,
que não aplaudia,
mas, te amava
e levava a doce lembrança
do brilho da tua alma.
E agora?
a tua alma está
numa encruzilhada
que não ecoa no
grande espaço,
espelho e palco,
onde
o teu ego
    fica...

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Tao Vivo.

                 
      

   Eu me desfaço
   diariamente
  dos encantos
  e artifícios:
  simplesmente
  permaneço em mim.

  Da página em branco
  vou recolhendo os dias,
  me defino na sua cor
  e melodia.
  Silencio barulhos e
      dissonâncias,
  pausadamente
  me deixo por inteira
  em dança da escolha
  do entardecer do sentir.

  Quando noite fico,
  a completude das estrelas
  embala o meu sono.
  E, nessa jornada consciente
  da minha alma
  que (en)canta
  o essencial,
  teço  a invisibilidade dos fatos
  no virtual
  apagar do real...

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)



terça-feira, 31 de julho de 2012

Vozes Amigas nos Muros do Mundo.

                





Vozes amigas nos muros

Do mundo

Destroem as muralhas das

Indiferenças

Petrificadas em paredes

Humanas


Edificam-se gestos nas palavas

                    Ternos mudos passos

São voz tempo sonho

(Nossa voz é só uma)


Corpos anônimos

Carregam matérias vazias

De sentimentos...


        São nadas

São flores plantadas no asfalto


A minha voz encontra

A tua, amiga,

Formando pontes

De amizade

Entre mares e

Céus azuis estrelados

Vestidos de poesia

Em unidade humana


Somos nota do mesmo compasso

                              Verso da mesma letra

Almas unidas entre os espaços


Nas cores em partículas

Sonhadas de um mundo

Sem muros;

Sem olhos tristes de

Solidão cortante...


Todo o sonho tem a cor das pedras caídas

Da luz que entra em vitrais

                                  (Nossa letra é só uma)

Muros?

Em molduras

Arte em movimento

Vozes do mundo

Germinando

Sentimentos

Novos horizontes desenhando

Vidas que se interligam

No universo em movimento


Nascem estrelas no vazio

                     Cometas cruzam os mares

Muralhas quebram-se em pó

O que nos liga é a Palavra

                A voz é só uma, nosso traço


E o que ilumina

A nossa vida

E nossos passos.





                                                              Dueto :  Suzete Brainer e Maria João Mendes.  



domingo, 29 de julho de 2012

Memória Afetiva.

                

  
Guardei o teu rosto
Na janela do meu
Sorriso:
Ficastes sereno
À minha espera,
Num dia de sol...

Tudo em ti,
Permanece...
Em música
Escala crescente
Palavras revestidas
De melodia
Que toca ininterruptamente
O piano
Em minha alma...
Te levarei sempre
Como um sentir
Eterno
Sem despedidas.

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)


segunda-feira, 16 de julho de 2012

CLARICE LISPECTOR MORA EM MIM...

                           


Clarice?
Moras em mim,
Bem perto,
Coração e mente,
Juntos no dialogo:
Com palavras soltas,
Que correm em busca da criação,
Sem nenhuma perfeição,
Sem nenhum critério,
Sem nenhuma armadura de sofisticação,
Sem nenhuma pretensão de eternidade.
Liberdade cheirando a natureza...
Solidão escolhida,
Bem escolhida,
Dias sim,
Dias sim
Bem dentro de mim.
Clarice Lispector?
Minha companheira das aventuras imaginárias,
Escrita nas paginas da vida,
Com seus mistérios intactos,
Enigmas,
Fatos,
Relatos.
O oculto permanece,
Em rosas vivas de um coração que sangra,
Mas brilha,
Um brilho único de renovação.
A menina que “roubava rosas com cem anos de perdão”
Morou sempre na mulher gigante da criação.
Seguindo os teus passos,
Não me separo da minha menina sorridente,
Que brinca, distraidamente pelos  dias...
Clarice,
Obrigada por cada palavra tua lida,
Sentida,
Entendida,
Assim de mãos dadas contigo,
Estrangeiras do mundo,
Das formas,
Do padrão...
Corro na loucura do banho de chuva,
Depois na segurança dos meus lençóis,
Mergulho nos sonhos,
Só meus,
E de mais ninguém.
Carrego o universo sem peso,
Com a leveza de quem está de passagem,
Passagem...

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados).

Conselho: Ler Clarice Lispector faz bem para mente, coração e alma.


sábado, 7 de julho de 2012

O MEU OLHAR QUE NÃO MUDA O MUNDO-UM BREVE DESENGANO...

        


               
          Olho
                E não encontro
          O gentil no
                Humano...
         O outro
         É um mero
               Engano
        De páginas viradas
               O avesso
        Do nada
               Inscrito
               Num vazio
       De um coração
                Petrificado
       Esquecido
       Do
                Inicio
       Amar...


       A entrega
                É uma tarefa
       Cada vez mais
                Difícil
      Um processo de
                 Risco...
      Estranhamente
                 As palavras são
      Moedas de troca
                De um mundo
                Sem volta
      Desprovido de história
                De um começar...

     A tristeza sitiada
     Refletida por essa
     Realidade sem cor
                Seres sem alma
                           Sem rosto
                           Sem dor
    Povoam
                 Esse mundo
                 Sem pudor...

   Novamente,
   O meu grito mudo,
   Inadequado
   Incapaz
   Impotente
   Que se esconde
                 Apenas,
   No meu olhar que não muda o mundo...


Aviso: Um breve desengano, mas existem e sempre existirão

 pessoas que fazem a diferença, uma cor que dilui as sombras...

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
        
  
       

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Por Onde Andas Longe de Mim?

                     



                                             Moras na terra do nunca...

                                             O teu fantasma me acorda

                                             o teu sussurro não me assusta.

                                             O teu encanto chama a minha

                                             alma adormecida.


                                             Não se esqueça de mim

                                             os meus olham que cruzam com

                                             os teus

                                             assim, assim...

                                             As minhas mãos que tocam

                                             O teu coração

                                             marcando o nosso

                                             encontro.


                                            Estou aqui,
                              
                                                Perto...

                                            E tu,

                                           Por Onde Andas

                                           Longe de Mim?



                                     (Inspirado no título de peça teatral do Recife.)

                                     Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)




quinta-feira, 21 de junho de 2012

Liberdade de Ser...

                  



                   Não te pertenço
                   Tudo em mim
                   Fica:
                   Voz
                   Idéias
                   Certezas
                   Caminhos.

                  Vou além
                  Nas minhas asas
                  Clarear
                  Os pontos cinzentos
                  E num alento
                  Me recolho
                  Me desfaço
                  Mas, Sou Eu
                  Sempre serei...

                 No meu espaço
                 De erros e acertos
                 Me completo
                 Sem pressa
                 Sem desespero.
                 Não sou o meu espelho;
                 Tudo em mim
                 Caminha
                 Naturalmente,
                 As minhas ondas de pensamento
                 Voltam para o oceano
                 Da minha alma.

                 Silencio
                 As ordens
                 E escuto o meu coração
                 Marcando os compassos
                 Dos meus dias.
                 As minhas mãos são livres;
                 Uma liberdade
                 Sem preço.


             Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)





sábado, 16 de junho de 2012

(EN)CANTO AO POETA AUDÁLIO ALVES




Era um dia nublado, o sol se escondia, mas a luz nos aguardava...
O sol apareceu com o poeta à espera: ”O Dia Amanhece Em Minhas Mãos-Canto Em Suspensão”.
A cada página aberta, um canto poético surgia em voz e alma do poeta, que declamava a excelência das palavras, que nasciam ao encontro das minhas lágrimas, gota a gota percorriam um caminho longo e profundo do sentir único daquele dia... Um dia para ficar para sempre...
O poeta, o livro, o encontro que permanecem vivos em mim, criaram raízes, ecoando a voz da alma da poesia, em busca constante das palavras, que refletem um sentido ininterrupto de vida...
Ao contato íntimo com a morte, o mestre poeta inspira:
         Ultimamente
                    eu temo o sol
                    a se esconder
                                           em mim,
         e acendo luzes
                para não ser noite.  (Audálio Alves)  
Para mim, todos os dias nascem amanhecidos de poesia, que cantam a essência dessa estrela maior, o poeta que brilha:
          “Acabo de escrever o último poema:
           dei-me ao infinito,
                               e ao cosmo então doei
          exatamente a mesa em que me encontro,
                               cercado de milênios
                                          do-não-ser.” (Audálio Alves)
Eternamente eu fico a sentir todos os teus poemas lidos, que me levam a uma ponte ao infinito-Ser...


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)


Postando por mim no meu blog:Canto de Suzete Brainer-poesia.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Persona

           

   
De certo
     o deserto
         espuma de mim.
Oceano assim,
                  assim...
Algo se foi   
 na bolha da ilusão.
Apenas o espaço
        do nada    
                 ficou.

Um certo olhar
        raios-X
                despertou
para as verdades
escondidas,
        guardadas numa gaveta
                qualquer,
                     onde tudo
                           começou...

Apenas,
       a escuta precisa
              num instante exato
dos fatos,
da vida
do preto e branco
onde as máscaras caem.
Rostos se desfazem
e o colorido do que
           Se é,
aponta a    >----- seta-------> Pare!


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)