
Tem dias que tudo
Fica no oco do vazio.
Palavras se desintegram
E o olhar não viaja
Pela beleza.
A poesia se quer crua
Na lucidez de uma
realidade limitante.
Verbos como navalha a
cortar
A mortalha da
nostalgia;
Uma lembrança qualquer
no terreno
Da infância repleta de risos
Que restabeleça o voo
da fantasia...
O som colhido pela
memória...
A voz da minha avó
A me dizer:
“Tu sabes voar, minha
bonequinha?”
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Chistian Schloe.
Imagem: Obra de Chistian Schloe.