segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

O Percurso





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A minha pele veste
A sonoridade do vento
Que não deixa marcas;

Guarda uma trilha
De silêncios
Colhidos no meu
Entardecer...

O sol me acorda,
Deixando todos
Amanheceres
Sobre a minha pele,
Com a inscrição
Da brevidade da vida.





Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Richard S. Johnson


Meus Votos de 2017, um novo percurso que seja luminoso,
harmonioso, pacífico, pleno de realizações nas asas da
Poesia, da Arte e da Singularidade e da Pluralidade numa
humanidade mais Afetuosa, Justa e Igual  na unidade
de irmandade da grande Raça Humana!...

Beijo e Abraço de Paz!

Suzete.

domingo, 18 de dezembro de 2016

Celebrar Com a Bela Voz de Milton Nascimento





    "São os passos que fazem os caminhos."
     (Mário Quintana).




         Feliz Natal, cada um com os seus passos
         e ritmos de Ser Feliz!...
         Beijo e Abraço de Paz!
         Suzete Brainer.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A Transcendência do Entardecer...




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Cada passo giratório
A ficar plasmado neste ar
Etéreo de suspense.

Os dias evaporam
As ideias rígidas,
A magia da vida
Altera as certezas absolutas.

Deixar as mãos soltas
Na esperança de
Serem asas um dia,
Para um voo
Na delicadeza de ser livre,
No abraço que transcenda
O entardecer das palavras...



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Richard S. Johnson.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Canto aos Frágeis




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Hoje,
Vejo todos os frágeis
Com um tecido de sentires
Que vai além das
Palavras mortas
De glórias.

Vejo os frágeis
Que vestem a realidade
Na rearrumação
Do espaço dos sonhos,
Que não gritam a vantagem
Bruta
De invasão e posse.

Existe uma fortaleza
Na fragilidade,
Com gosto honesto
Da sensibilidade
Que toca na dor
De dentro
E de fora.

Canto para quem sente
O desencanto
Do avesso
Da solidariedade.
Um travo
Na palavra molhada
Da indignação
De todas as desigualdades.
Canto o silêncio
Da opressão
De todos os abandonos.

Canto sem música
No piano.
Um belo Noturno
Transcende
Todos os desenganos!...


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Do Google.









quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A Tarefa da Luz





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Arrumar cada

         Passo

            Na fileira do pensamento

                Flutuante...


Desarrumar as estações

        Feitas

           Do ontem.


Renascer nos dias

       Com a nova

          Pele dos desejos.


A luz preenche

      Os vazios,

         Basta se desapegar!...






Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Do Google.

Aviso: Uma breve pausa no blog. Assim que voltar irei visitar
           os espaços amigos para o voo da partilha que tanto
           aprecio.
           Beijo e Abraço de paz!...


terça-feira, 29 de novembro de 2016

A Respiração da Alma...




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Saudade desfolhada
Em teu nome...
O registro das lágrimas no caminhar
Silencioso de ti, mãe!

Neste vazio,
Toco a sensação de abandono,
Talhado
(cristalizado),
 No dia do adeus.

Sinto o teu perfume
Na inscrição dos teus
Passos,
E descubro que tu tens asas.
Toda boa mãe adquire asas
Depois do adeus.
O olhar protetor se eterniza
Num abraço da tessitura
Da alma que respira!...


Sim, mais um poema para minha mãe, 
a desnudar a minha eterna saudade!


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de  Richard S. Johnson.



quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O Bordado da Vida





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Emudecem os dias sem pressa,
as folhas voam na melodia
da calma da página em branco,
tudo começa e recomeça nos
instantes de uma escolha.

A pressa é a morte lenta
das certezas,
retidas no olhar fechado.

A vida,
(nos instantes)
tem a beleza de bordar
as horas
em um novo olhar.




(Outubro 2016)



Suzete Brainer  (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Richard S. Johnson



terça-feira, 22 de novembro de 2016

Grandes Poemas Que Eu Adoro!...




Paisagem pelo telefone



Sempre que no telefone 
me falavas, eu diria 
que falavas de uma sala 
toda de luz invadida,
sala que pelas janelas, 
duzentas, se oferecia 
a alguma manhã de praia, 
mais manhã porque marinha,
a alguma manhã de praia 
no prumo do meio-dia, 
meio-dia mineral 
de uma praia nordestina,
Nordeste de Pernambuco, 
onde as manhãs são mais limpas, 
Pernambuco do Recife, 
de Piedade, de Olinda,
sempre povoado de velas, 
brancas, ao sol estendidas, 
de jangadas, que são velas 
mais brancas porque salinas,
que, como muros caiados 
possuem luz intestina, 
pois não é o sol quem as veste 
e tampouco as ilumina,
mais bem, somente as desveste 
de toda sombra ou neblina, 
deixando que livres brilhem 
os cristais que dentro tinham. 

Pois, assim, no telefone 
tua voz me parecia 
como se de tal manhã 
estivesses envolvida,
fresca e clara, como se 
telefonasses despida, 
ou, se vestida, somente 
de roupa de banho, mínima,
e que por mínima, pouco 
de tua luz própria tira, 
e até mais, quando falavas 
no telefone, eu diria 

que estavas de todo nua, 
só de teu banho vestida,
que é quando tu estás mais clara
pois a água nada embacia,
sim, como o sol sobre a cal 
seis estrofes mais acima, 
a água clara não te acende: 
libera a luz que já tinhas.


Autor: João Cabral de Melo Neto.

João Cabral de Melo Neto: (Recife, 9 de janeiro de 1920 - Rio de Janeiro, 9
de outubro de 1999). Além de grande poeta, foi um diplomata brasileiro.
Pertenceu a geração de 45, terceira geração do modernismo.
Ao longo da sua trajetória de poeta escritor foi merecidamente agraciado com
diversos prêmios e honras literárias.
Foi membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Pernambucana
de letras. A sua poesia tinha como estrutura linguística, estética e formal na
base racional e num trabalho constante de aperfeiçoamento. O poeta era
avesso ao sentimentalismo e a inspiração. Neste aspecto da inspiração eu
discordo, para mim, a poesia inspirada tem um encantamento único. 







                          


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

O Toque do Voo





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Um toque meu
no teu olhar de voo.
Tudo fica leve na
nudez das nossas mãos.

As palavras giram
em minha volta,
a colar nos meus
movimentos
toda a rota do
teu corpo.

O toque das tuas mãos
Na minha cintura
E a dança na amplitude
Dos nossos gestos,
Pousam na sala
Sem parede.
Ficamos na janela
Dos nossos olhos!...



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Richard S. Johnson.



quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Poesia e Música Que Eu Adoro!...





     Por Toda a Minha Vida 

    Oh, meu bem amado
       Quero  fazer de um juramento uma canção
       Eu prometo por toda a minha vida
       Ser somente tua e amar-te como nunca
       Ninguém jamais amou ninguém


       Oh, meu bem amado
       Estrela pura, aparecida
       Eu te amo e te proclamo
       O meu amor, o meu amor
       Maior que tudo quando existe
       Oh, meu amor


Autores: Antônio Carlos Jobim
                Vinícius de Moraes




     


       A Estrela maior e eterna, a querida Elis Regina!!



sábado, 12 de novembro de 2016

O Filósofo Burguês...







Lembro-me deste querido amigo com uma saudade dorida, mas sempre acompanhada de um sorriso. A nossa amizade sempre foi recheada pelo o humor; o meu amigo era um perito da ironia desconcertante e sedutora. Reclamava de mim, sempre dizendo que eu não levava a sério o seu mau humor e visão ácida (crítica) do cotidiano... 

Tínhamos filosofia e visão de mundo bem diferentes. No gosto musical, na literatura, cinema e artes em geral, éramos como irmãos gêmeos; estávamos na mesma sintonia. Ele não suportava o contato com a natureza, apesar de adorá-la como imagem de contemplação. Colocar os pés no chão, para ele, era despir a sua alma. Assim dizia: “nada melhor do que um ar condicionado; aquele botão para diminuir ou aumentar a temperatura; um bom livro na mão ocupando os olhos ao preenchimento da mente e à audição, o sublime noturno de Chopin...”

Não entendia a minha necessidade da natureza, a mãe terra. Por isso me apelidou de “menina das borboletas” e, por sua vez, o apelidei de o “filósofo burguês”.  Fora isso, era de uma humanidade luminosa e genuína (atitudes de solidariedade e altruísmo raros), mediante garantia de anonimato. Ele ria quando eu verbalizava que adorava “a sua gentileza rústica”.

Às vezes, quando nos encontrávamos para conversar no café; apreciar um cappuccino e trocar informações preciosas sobre literatura, música e artes em geral. Tudo saboreado pelo senso de humor... Ele afirmava:      
- Su, fico impressionado como tu és identificada com a minha geração. Só te localizo na geração a que pertences, nos teus projetos de “menina das borboletas”; pela sintonia com a natureza, meditação e autonomia feminina. Há uma diferença de gerações entre nós, que poderia constituir um abismo, entretanto, tu és a amiga mais próxima, a única que percorreu um caminho por dentro de mim (alma). A única que conhece o grafite do meu mau humor por todos detestado.  Só tu desabas de rir, não me levando a sério e me afastando do compromisso de ser intransigente. Mas não sou um intransigente qualquer, sou um intransigente irônico!
Antes de responder, observei que o meu amigo estava emocionado, como nunca tinha visto antes. Pressenti algo, uma sensação tão estranha, uma ausência (futura?) dele.
- Este “filósofo Burguês” está tão sensível hoje, que estou com saudade do seu lado grafite! Tem algo novo para me dizer?
- Sim. Minha namorada eu a amo, os meus filhos e os poucos amigos, também. Mas a ti, minha doce amiga, eu amo e adoro!...
- Essa despendida é por conta “deste adoro”, que só a mim pertence. Fico sem este abono e prometo suportar o teu humor grafite, sem nenhuma desmoralização, sem nenhuma crise de riso frouxo...

Fazia meses que não nos encontrávamos, sendo aquele o nosso último encontro regado da nossa amizade. Um dos melhores amigos que tive... Cada vez mais a minha listinha é curta, mínima. Amizade é uma joia rara de se encontrar; o mundo está repleto de joias falsificadas, de fácil acesso na vitrine das aparências.

Uma semana após o nosso encontro, recebi um aviso da sua namorada (ele era divorciado), que ele estava internado no hospital, aguardando uma cirurgia. Quando fui visitá-lo, constatei o cenário original: as enfermeiras sorrindo com o “texto hilário” do meu amigo, as palavras ironicamente pousadas no ambiente, transcendendo a monotonia habitual do hospital. 

No dia da sua cirurgia cardíaca, ele segurou a minha mão:
- Saindo desta sala pré-morte, irei participar dos teus projetos de “menina das borboletas”; respirar ar puro, meditar até o nada do silêncio, mas se não, irei para o nada do silêncio também... 

Eu só chorava num silêncio das palavras boiando numa dor latejante... Ele, com as mãos fazendo o movimento, como o das asas das borboletas...

Ele não resistiu à cirurgia. Até hoje, quando medito, encontro-o no silêncio do nada.

Hoje, seria dia do seu aniversário. Imagino que deves estar fazendo barulho no silêncio... Como sinto saudade do teu barulho sonoro (Beethoviano), meu amigo!...

Outubro - 2015


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Lídia Wylangowska.






                  



terça-feira, 8 de novembro de 2016

O Olhar do Espelho




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                        O espelho que
                         há em mim
                          silencia
                   todos os reflexos
                         aparentes


               Toca  a música
           da minha permanência
               na pele da alma


              Como uma harpa
                     cada nota
              numa ressonância
                     que atinge
                     a escala do som


                         O meu olhar
                      toca no espelho
                         o sentir pleno
                             da viagem
                            da passagem
                            que é a vida!



Suzete Brainer ( Direitos autorais registrados)
  
Imagem: Obra de Vicente Romero Redondo.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Poesia com Asas...




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Água gelada, quase uma pedra de gelo. Ela mergulhou na piscina, os pensamentos foram congelando e, no seu silêncio profundo, a paz meditativa lhe abraçou. A natação, a meditação e o frio dissolvendo o dia cansativo. Ela quis ir embora naquelas horas de desintegração da realidade.

Ficou na sua melhor casa... Nua dentro de si.

Quando um casal de Bem-te-vi pousa na escada da piscina, bem perto dos seus olhos, o encanto lhe acionou o silêncio da contemplação, ficou imóvel, quase sem respirar para aquela mágica partilha. Percebeu, entre lágrimas, o quanto os pássaros são belos, sublimes e etéreos...

O silêncio foi transformado em música, o canto do casal de Bem-te-vis, promoveu a beleza daqueles minutos premiados pela magia rara deste contato.

Ela resolveu guardar este momento na sua melhor casa: a poesia; uma poesia com asas de sublimidade. Quando voaram, ela teve a certeza que também voo.



Suzete Brainer  (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Lídia Wylangowska.


Aviso: Um voo para pausa, depois outro voo
             de volta aqui, para partilha que tanto
             aprecio!...

             Beijo e Abraço de Paz!

            Suzete Brainer.


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Digo Não ao Chip Humano!





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Em breve poderemos, com esta tecnologia “avançada” e invasiva, nos ser implantado um chip com todos nossos dados e seremos previsíveis quanto à nossa localidade. Ninguém se perderá numa floresta e provavelmente não teremos mais nenhuma floresta, tudo será fabricado artificialmente e nos restará a opção de mudar a cor e sentir o aroma artificial dos cheiros da natureza, igualmente a comidas que têm o aviso minúsculo de “sabor morango” e o morango é uma fruta muito antiga que perdeu a sua essência natural para uma tinta rosa com gosto de tinta com açúcar;  açúcar que também não é mais  açúcar...

Quando houver aquela fila enorme formada para todos serem efetivamente “chipados”, com algum discurso politicamente correto, de algum político eticamente incorreto (políticos são seres de mil vidas e mil caras e nunca teve chip que desse conta da sua extinção...),  numa abordagem do conformismo da civilização ultramoderna, que elimina os caminhos e jamais se perder nas rotas, todas as rotas são verificadas pelo chip, que oferecerá duas direções: esquerda e direita, porém, também, não existe mais a esquerda, esta foi alterada pelos americanos (donos do projeto dos chips), compraram esta alteração da esquerda no mundo todo.

Neste dia eu estarei com uma placa escrita à mão, trazendo a arte antiga da escrita, com os dizeres: - Digo Não ao Chip Humano!



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Alex Alermany.
  

domingo, 9 de outubro de 2016

O Rio das Palavras...





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Ah, as palavras! Correm como rio, sem espera... No congestionamento dos sentidos, sempre tem um engasgado com seu uso impróprio. Elas, livrem de intencionalidades malévolas, correm em busca de algum retoque perfeccionista, da sensibilidade da arte de entendê-las, em sua origem genuinamente tocante.

Talvez se falassem, diriam sobre a sua missão de evocar emoção, que no caminho dos gestos, sempre ocorrem facilmente. Mas, em sendo palavras, algo fica distanciado do ato, e mesmo assim, desejam também o mesmo fascínio de emocionar.

Tantas vertentes em seus cursos, as palavras absorvem tonalidades em todas as moradas de sua significação. Seus signos, com simbologias tão ricas, as deixam nuas e desertas, na hora  solitária da inscrição sem ser. Ela só quer Ser, um poema, um texto ou uma carta de antigamente repleta de romantismo em seu próprio e único veiculo de linguagem.  As palavras levavam a fantasia descrita de um rosto sem corpo, sem fala e com todo o magnetismo da sua viagem de letras.

As palavras querem a liberdade de correr no seu rio de mistérios!...



Suzete Brainer  (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Elzbieta Brozek.









terça-feira, 4 de outubro de 2016

O Poeta com o Sol na Cabeça...










Um minuto no relógio da vida,
a cada folha do dia
a cair lentamente,
enquanto o sol se dissolve
impreterivelmente.

Cada renovação é
uma viagem de átimos
colhidos de dias
sempre no hoje.

A vida é imperiosa
na sua roupa do presente,
guardar o peso do passado
             ou
ansiosamente projetar no futuro;
            mero engano mental.
A vida quer a casa interior nua,
para livremente caminhar...

Na casa da poesia,
mora o poeta com o sol
            na cabeça
a dissolver os grãos
           da ilusão.
O poeta transgride em
construir palavras de sol.


Nota: A palavra Poeta se refere a quem escreve poesia (feminino e masculino).


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Vladimir Kush.




quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Uma Partícula Sonhadora












O mundo parece mais deserto
sem a casa dos sonhos.
O mundo parece mais povoado
de misérias sem nomes.
O mundo parece mais escuro
a cada esquina que alguém
mora na rua.

O mundo parece mais cruel
com  bombas explodindo pessoas
marcadas para morrer
em nome do fanatismo
pivô desta dicotomia humana
sem irmandade,
sem igualdade,
sem fraternidade,
sem o azul de uma unidade qualquer.
Imagino
(poeta tem imaginação sonhadora...)
uma palavra azul de uma
possível infinitude da partícula
(deus) do amor!



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Van Gogh.




sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Palavras que Renascem...






Ela percorreu uma volta dentro de si, os pensamentos como roda gigante, flutuante na ânsia de transcendência.

E tudo numa permanência de tons cinza, a quebrar o azul do sossego.

Ampliou a respiração como se fora um abraço por dentro de si...

Deixou um espaço a desenhar um voo, pequeno voo do sono, na pesca de sonhos que diminuam o peso concreto da realidade operante, sem folga. A fé no riso lhe diz que a tristeza sempre pode mudar de endereço.

Abriu a janela com a luz de uma lembrança a trazer o seu sorriso, num brilho tão libertador, que as palavras renasceram junto com ela.



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)




Aviso: Uma Breve pausa e logo eu volto

para o voo da partilha que tanto aprecio!...

Beijo e Abraço de Paz!





terça-feira, 20 de setembro de 2016

Ana Luz!





Acorda!... Ergue-te!... E vive!... / Wake up!... Get up!... And live!...




Um gesto suave,

gentileza bordando

a presença

       Luz

que fica no nome:

      Ana!


Palavras que desenham

     Amizade

Sem hora marcada

Sem protocolo

Sem acordos na sombra.

Uma

     Luz

No nome:

    Ana!


Dedicado à Ana Freire


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Foto Arte da Ana Freire.


 Querida Ana,

Meu carinho de amizade e o

meu registro da sua Luz-Ser!...

Beijinhos.


Aqui o Blog Da Ana (qualidade padrão Ana, um dos
melhores blogs que eu conheço, um voo inesquecível 
do bom gosto e beleza da arte!...)
http://artandkits.blogspot.com.br/2016/04/waking-up.html





sábado, 17 de setembro de 2016

As Pazes com a Natureza...





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A memória abriu a porta e me levou a um período em que morei numa casa duplex num privê de dez casas, com uma bela área verde de lazer, onde eu gostava de preservar aquele verde com árvores antigas e, na minha casa, muitas plantas. Na varanda do primeiro andar eu tinha vários depósitos para os beija-flores e outros passarinhos (a beber aquela água doce, trocada com o maior carinho e limpeza), de todas as cores e tamanhos a colorir em vida a minha varanda. Eu tinha o meu gato Shan (filhote ainda) que ficava a olhar todos através do vidro da janela do meu quarto. Era o seu vídeo game e, para mim,  um encontro com cada um que tinha nome e sobrenome, dado pelo meu olhar atento e alegre, de me sentir privilegiada com tanta beleza voando para minha casa, como se casa deles fosse.

Existia no privê um grupo de seis meninos; o mais velho, de oito anos,  liderava os menores, na faixa de 7 anos. Estavam naquela fase de agressividade com a natureza, os animais e numa autoafirmação do contra. Eles não gostavam da minha veneração amorosa à natureza.

Um dia fizeram uma "serenata" com música e letra de protesto contra a natureza bem abaixo da minha varanda, com coreografia e tudo, cada um com baleadeira na mão e o líder com o violão, cantavam e todos apontavam as suas armas de matar passarinho para minha varanda:                            
                                             "Vamos acabar com a natureza;
                                             Vamos matar os passarinhos,
                                             Vamos destruir os seus ninhos
                                             E sem mãe natureza.
                                            Fora os passarinhos
                                            Fora os passarinhos
                                            Fora os passarinhos
                                            E sem ninhos...!”

Eu a escutar e morrer de rir, com aquela criatividade rebelde deles. Como eles não sabiam a minha reação, por conta do meu silêncio, falarem de fora: “Ela não fez nada. Não disse nada. Será que ela não está em casa?” Quando resolvi abri a porta,  escutei de longe a gritaria deles: ”Ela abriu a porta e vem em nossa direção!”.

Aproximei-me deles e disse: - Meninos, sentem aqui e vamos conversar!- Eles se aproximaram devagar, e cada um falava uma frase ao mesmo tempo, numa confusão a dissolver o silêncio no breve espaço pacifico... O líder me disse: “Você veio brigar com a gente por nossa música e vai reclamar aos nossos pais pelo nosso comportamento?” E eu com a minha voz calma a lhe dizer que gostaria de dialogar com eles. E, eles a olharem entre si, sentaram perto de mim. Conversamos por varias horas, e falei da criatividade deles com a música, letra e coreografia. Depois a importância de amar a natureza e conviver bem com ela, pois ela nos ensina se tivemos a capacidade de olhar para cada detalhe belo e generoso que ela nos oferece todos os dias...

No final estávamos a observar os passarinhos, da minha varanda, e quando o líder me disse: “ Su, como faço outra música para a natureza, como faço as pazes com ela?” E eu lhe respondi: - Você já fez as pazes com a natureza, a música vai chegar e será muito bela!...-



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Arsen Kurbanov