segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

O Segredo dos Girassóis



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Gira mundo
nas minha mãos sem destino.

Um segundo na fantasia
da minha utopia,
girassol nos meus cabelos
a florir no espaço de encanto,
a luz para um mundo justo.

Gira os meus olhos ao sol
na pausa da minha fé contínua
sem descanso.

Na sombra, os girassóis
a contar para mim
o segredo da multiplicação da luminosidade...



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Alice X. Zhang.


Uma Pausa no Blog.
Votos de Boas Festas e que cada um, na sua
singularidade, caminhe (no movimento dos
girassóis...) com os seus dias solares!...

Beijo e Abraço de Paz!
Suzete.


                   

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Ela Flutuava na Leveza








    
Ela estava serena e delicadamente plena, se entardecendo nos seus sentires amanhecidos de saudade. Uma saudade com cheiro de hortelã mergulhado no chocolate amargo e quente...

Ela sabia da brevidade da vida, tudo deveria ser degustado em gotas de espanto e prazer. No espanto mora o inesperado e o prazer é um suspiro de beleza e verdade poética...

Ela não gostava de fazer planos de consumo, isso é empobrecer o encanto sutil do viver; o sonhar é tão perto (dentro do sentir) e buscar fora para carregar a mala de supérfluos, não lhe seduzia. Sempre precisou da leveza do desapego!....

Sempre quis o genuíno livremente. Ser inteiro de corpo e passeio na alma, impregnada de sorrisos aventureiros sem correntes que se apropriem da verdade do sentir...

Sempre acreditou na lealdade das mãos dadas na caminhada a dois. Na amizade dos olhos que se conhecem e dizem tudo. No silêncio partilhado na paz que abraça e na parceria do preto e branco das rotinas que não esmagam a sublimidade do prazer (solar) de se estar juntos.

Ela flutuava na leveza enquanto as palavras desfolhavam a sua singularidade na brisa do agora!...



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Daniel Gerhartz.







quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Meu Coração Amazônia




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Tinha eu por volta dos 8 a 9 anos, quando a minha professora convida-me para participar de uma encenação teatral representativa das raças originárias da miscigenação do nosso país. Ela quis determinar a escolha de cada criança pela adequação que ela imaginava sobre cada raça que compõe a população brasileira, ou seja: uma criança loura representaria a raça branca; uma negra representaria a a raça negra; morena, cabelo escorrido, representaria a indígena; a mestiça, alguém que lhe parecesse mais adequada a representar a cor mestiça. Daí ela ordenou que eu fosse da raça branca, fez isso com entusiasmo na voz, como se tivesse me premiando a ocupar o pódio vencedor. Inesperadamente surpreendida com a minha recusa em  participar do mural, ao lhe dizer que só participaria se eu fosse a índia e não a branca, ficou muito desconsertada com a minha atitude. O inusitado da situação foi a expressão facial da professora, ela totalmente incrédula sobre a minha teimosia em querer ser índia, e não branca, na encenação.Visivelmente Irritada, fez uma pressão enorme sobre mim, para me convencer que a opção de ser branca era superior, valorizada e almejada por todos. Quando ela argumentada, usava do recurso da pausa na fala,  para provocar em mim o efeito de assimilar as suas informações. Eu, bem plácida e irredutível, na minha certeza de só querer ser a índia no mural. No final, ela bastante brava com o fracasso da subjugação e eu  acompanhando-a na dança da irritação, para, finalmente, carimbar que não iria participar de nada, se eu não fosse a índia.  Ela  me deu um bilhete intimando a minha mãe comparecer comigo numa reunião marcada por ela.

Chegando em casa, entreguei o tal do bilhete para minha mãe, sem comunicar nada do ocorrido na escola com a professora. Noutro dia, a minha mãe compareceu e escutou toda argumentação da educadora. Com a objetividade característica da minha mãe, ela perguntou à  Mestra se a atividade era obrigação curricular, ela disse que não, que era um evento facultativo a cada criança que quisesse participar. Prontamente minha mãe comunicou à professora que respeitava a vontade de sua filha não participar deste evento.

Na volta à casa, minha mãe somente me fez uma pergunta – Por que eu queria ser a índia?
Eu lhe respondi: Porque os índios são livres, amam a natureza, tomam banho de rio e cachoeira e moram na Floresta Amazônica.
Minha mãe não disse nada, somente fez aquele olhar (um olhar com o sorriso explodindo nos olhos! ...).



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Ingrid Tusell. 















                           


quinta-feira, 1 de novembro de 2018

A Suavidade da Gentileza








Eu sou a poesia pura
Em cada gesto
Do meu infinito
Por dentro!

A dureza áspera,
Na plasticidade da realidade,
Cria vácuos
A arranhar na minha alma
O estrondo de dores da vida...

A tatuagem da vida
Numa perplexidade,
Paralisa as emoções temporariamente.

Os mistérios que passeiam nos meus olhos,
Seguem as batidas
De um coração
Que é refratário à
Desumanidade.

Ficarei sempre por opção
Na suavidade de uma Gentileza!


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: do Google (não encontrei o nome do autor(a)) 



terça-feira, 16 de outubro de 2018

Democracia Verde-Amarela



 


Hoje, venho declarar o meu amor a ti, democracia, com uma suavidade de um bailar de palavras sopradas pacificamente em teu palco-pátria; sem que o preconceito aproprie-se do ar, sem que uma superioridade autoritária asfixie o teu oxigênio respirável,  do respeito às diferenças de ideias.

Quero te sentir sempre nesta pátria verde-amarela e de todas as cores. Quero ser  embalada pelos teus sons diversos, ritmos multiculturais e com todas as mãos: brancas, pretas, indígenas, mestiças, abraçadas em única nacionalidade.

Democracia o teu canto não é violência, segregação e autoritarismo. O teu canto é alegria da conquista da tua liberdade histórica. Quero os teus campos verdes com os índios donos desta terra e nunca esquecer a nossa filiação miscigenada.

Ah, quero a minha pátria na sua simbologia de um sorriso aberto, ritmo nos quadris e a superação com a sua pulsão de vida, no ato criativo da transcendência das crises. Sempre vou querer a minha pátria livre com as plantações e as colheitas do Respeito Pelas Diferenças! ...


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)



              


terça-feira, 4 de setembro de 2018

O Silêncio Que nos Veste...



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Sabes, mãe, mais um aniversário teu, com o mesmo sentir deste elo constante entre nós duas. Os espaços que nos separam, vida e morte, não significam distância e fim.

Somos as mesmas, filha e mãe que se abraçam nesta ilusão que as horas marcam a contagem da existência.  O amor é o único significado que constrói na memória a vibração da vida que permanece sem intervalos...

Hoje e amanhã seremos estes nossos olhares compreendidos na pauta da melodia do silêncio que nos veste...

(Seria seu aniversário no dia 05/09. Saudades eternas e a certeza deste elo de amor que faz a presença diária dela num sopro leve, protetor e eterno...)


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Ingrid Tusell.



Caros amigos e leitores do Piano que Toca Poesia

Infelizmente o meu espaço ficará em Pausa. É notório para todos que estou com a dificuldade sobre a disponibilidade de tempo para as postagens, aqui no meu espaço, e também para as visitas nos espaços dos amigos. Espero que eu possa voltar em breve para a continuação desta convivência, que sempre nomeei como um voo da partilha das artes, das amizades e da sensibilidade humana; que ela nunca nos falte. Este mundo cada vez mais nos parece um portal desértico de gestos solidários.

Agradeço a todos os amigos e visitantes com suas presenças, leituras silenciosas e registros com seus comentários que constituem uma dinâmica saudável e evolutiva da arte poética e literária, aqui partilhada no decorrer destes anos do Piano que Toca Poesia.

Muito grata!!
Beijo e Abraço de Paz.


Suzete Brainer





                


domingo, 19 de agosto de 2018

Melodia dos Passos...




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Partículas

        Voam

No tempo veloz,

A palavra

      Na pesca

Sem pressa

     Em desejo

Morada-poesia.



A pontuação

     Na dança

Com a melodia

     Desfaz

A monotonia

Das horas monocromáticas.



A vida

Derrama-se

Nesta xícara de cappuccino,

      O gosto

Apropria-se de mim.

E, num sopro

    Sem tino,

O chocolate amargo,

     Destino

Dos meus olhos sorridentes

Nesta filosofia:

    Chocolate

    Poesia.


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Fotografia da Elizabeth Gadd.



                           



quarta-feira, 1 de agosto de 2018

A Vida é o Milagre Maior...




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Ela não sabia nada e apreciava este libertar-se das pretensões dos donos da verdade. Colecionava seus sorrisos com muito zelo neste passeio pela existência. Lembrava-se sempre do respirar profundo ao sentir o vento desalinhar os seus cabelos, a natureza exala o perfume do jardim cultivado na delicadeza dos gestos incondicionais.

Pensava, pensava que a vida é urgente na sede de senti-la, 
sê-la e desnudá-la de qualquer possibilidade de apropriação.

A vida é mágica no aprendizado de não se perder nos falsos controles, no movimento de sempre se achar dentro de si, no tom da sensibilidade que humaniza.



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Ingrid Tusell.





                           
       

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Esta Rua Deserta Pátria









Nesta rua deserta do meu País,
A fome crua
Assombra
Os sem-nome
Que escondem a tristeza no chão
Batido da calçada.

A faca amolada
Da violência da marginalização
Escurece rostos
Na sombra, 
Entre sobras do lixo orgânico.

São humanos
Em total abandono;
Carregam dentro de si
Esta rua deserta
Chamada 
Pátria!


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Christian Schloe.


quarta-feira, 4 de julho de 2018

O Silêncio Música




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Uma dor muda,
Num som sem volume,
O vazio estilhaçado no voo
À janela fechada.

Às vezes no silêncio da vida
Mora a nostalgia da alma.
Ficamos sem voz
Com o nó das palavras
Amarradas na garganta,
Numa estreita passagem de indignação.

E noutro dia,
O sol dá a passagem
E, de tanta luz,
O silêncio torna-se música.


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Ingrid Tusell.



                        

quarta-feira, 20 de junho de 2018

O Corpo Desejo



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Esta tua boca
      muda
sinaliza
o nosso círculo de fogo,
no abismo
     ardente
da palavra
    desejo.

Estes teus olhos
    colam
no meu corpo,
    na dança
das palavras,
   despidas de limites.

No abraço das mãos,
a unidade
    translúcida
das nossas almas,
assume um
    único corpo,
na perfeição
    do instante.



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Fotografia de Elizabeth Gadd. 





quarta-feira, 13 de junho de 2018

Sem Palavras




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Estou quieta
Num ponto sereno.
A alma tão na minha pele,
As ruas tão desertas
A escorregarem os sonhos ...

A minha pátria
Tão sem destino, 
Que o silêncio
Adormece
As palavras nas minhas mãos.


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Fotografia de Elizabeth Gadd.


sexta-feira, 1 de junho de 2018

Meditação



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Pássaro de asa
               Pequena
Em voo
No universo
             Grande
Do eu sou.


Nesta porta
Do eu
A luz entra
           Sem sombra
Do outro.


E o pensamento
         Silencioso
No vazio do mundo.


O voo em
        Um segundo
Amplia a singularidade
Na simplicidade de Ser.


Com os olhos abertos
Na recolhida paz,
           O coração
           Bússola
Caminha pela humanidade.


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Fotografia de Elizabeth Gadd


AVISO: Pausa no blog,  assim que puder
             volto (voo) aqui e nos espaços 
             de cada um.
            Beijo e Abraço de Paz!
            Suzete Brainer.


domingo, 27 de maio de 2018

Canto aos Frágeis




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Hoje,
Vejo todos os frágeis
Com um tecido de sentires
Que vai além das
Palavras mortas
De glórias.

Vejo os frágeis
Que vestem a realidade
Na rearrumação
Do espaço dos sonhos,
Que não gritam a vantagem
Bruta
De invasão e posse.

Existe uma fortaleza
Na fragilidade,
Com gosto honesto
Da sensibilidade
Que toca na dor
De dentro
E de fora.

Canto para quem sente
O desencanto
Do avesso
Da solidariedade.
Um travo
Na palavra molhada
Da indignação
De todas as desigualdades.
Canto o silêncio
Da opressão
De todos os abandonos.

Canto sem música
No piano.
Um belo Noturno
Transcende
Todos os desenganos!...



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Do Google.

(Reedição)

sexta-feira, 18 de maio de 2018

A Casa-Palavra




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Germinam em mim
Palavras colhidas,
Suavemente
Retidas
Para uma dança
De sentires.

Como raízes
Ficam
Ecoando
A sua essencialidade perene...

Os olhos à espera
No toque mágico
Das palavras,
No seu transporte de eternidades!


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Ingrid Tusell