
Vi na tela:
Impregnada na minha retina,
Rachados
O chão,
A face,
E a esperança do nordestino.
Vi além da tela
A minha dor de ver,
A cratera da morte
Cristalizada em restos de animais,
Estampando
O horror do fim,
O abandono em preto e branco
De dias ensolarados,
Em escuras noites de sofrimento.
E os políticos?
Assombram nas eleições,
Vestidos de cordeiros
Impregnada na minha retina,
Rachados
O chão,
A face,
E a esperança do nordestino.
Vi além da tela
A minha dor de ver,
A cratera da morte
Cristalizada em restos de animais,
Estampando
O horror do fim,
O abandono em preto e branco
De dias ensolarados,
Em escuras noites de sofrimento.
E os políticos?
Assombram nas eleições,
Vestidos de cordeiros
(Com o braseiro infernal)
Queimando os sonhos,
Os direitos e a dignidade
Dos dias inteiros,
Do suor do trabalhador,
E da página em branco
Do dia de descanso?
Daqueles que honram os seus nomes...
É muito triste
Não se ter feito nada,
Com todas as mortes anunciadas,
E um sertão morrendo
Morrendo
Morrendo
E o mundo em movimento,
Os políticos sorrindo
Vestindo terno e gravata,
De dias agendados na inutilidade
E na rapidez dos seus cofres ilícitos enriquecidos...
E o sertão vestido da
Miséria
E
desolação...
A chuva teimosamente
Não honra
Aquela
terra
De raízes profundas:
De dores
Historias
E
cultura.
O sol rei,
Que inscreve na terra
A sua força soberana,
Poderia tirar umas férias mundana:
Uma permuta no pólo norte,
E a chuva invadir o sertão,
Renascendo as cores,
As
vidas,
A natureza expandida
Numa
força
Que harmoniosamente
Cede
para a luz...
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)