A Dança (na Janela da Minha Alma)

Não sinto o esforço

Sobre o chão,

Os meus pés livres

Giram as palavras

Que voam sobre a tua boca.

Docemente deixam a tua alma radiante,

Com a suavidade das minhas mãos

Que entrelaçam nas tuas,

No encontro das horas dos pássaros...

Sinto os rodopios,

Mas, fixo no teu olhar

Um caminho que conheço muito bem

Na janela da minha alma.

Sempre ficará

A tua imagem na janela da minha alma...

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Andrew Atroshenko

Os anjos que habitam meus sonhos

Acredito em seres puros

Com sorrisos de crianças,

Que abraçam de olhos fechados

Esquecendo o peso do corpo...

Acredito em seres alados

Que aparecem no momento certo da ajuda.

Nesta realidade dura,

Os anjos que habitam meus sonhos,

Sopram no meu ouvido

A esperança de dias melhores...

Os anjos que habitam meus sonhos

Tocam a melodia do silêncio dos pássaros, ao anoitecer.

E também trazem as folhas dos dias,

Brancas e vazias,

Deixando o acontecer...

Guardo em mim

Um olhar mergulhado na emoção,

Ao tocar o outro igual.

Os anjos que habitam meus sonhos,

São humanos

Que ainda choram.

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

                                                                                                                    

Sou Assim...

          

                 Sou força elasticida

             na selva humana.

            Sou fragilidade reconhecida

            em morno silêncio.

           Sou sensibilidade à flor da pele

           sobrevivida,

            sou racionalidade construída

             pelos  dias ásperos.

         Sou vida,

         vida, respirada.

        Sou morte

        a cada minuto passado.

       Sou eu mesma sempre,

       com o meu castelo de idéias,

       as minhas mãos

      a segurar o vento,

      e a dançar no tempo,

      o meu tempo,

      a minha espera...

     Sou assim:

     um misto de força,

     cruzada com a

     sensibilidade de quem chora,

     um choro não só meu,

     o choro do mundo...

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados) 

A Vida Continua...

Portas abertas

Em outras cortinas

De palcos de anônimos...

A vida passa

Entre portas

Sinalizadas pelo foco

Da luz...

As sombras ficam

Registradas nas paredes de concreto

Gritos

Ecos mudos

Em um único som...

A vida transpassa

Velhos mundos de fumaça

E em plena graça

Continua, continua.

A vida sempre continua,

Mesmo

Quando o tempo feito passado

Tenha esquecido o futuro,

A vida continua,

Sempre...

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Marc Chagall