
Marcas petrificadas
que evocam fantasmas
de um tempo perdido,
(enterrados)
que anuncia a música da renovação.
Assim, toco a minha música
sem a tal mágoa;
transfigurada ao som do meu violino,
libertador e divino...
Sim, a música silencia as dores
recolhidas nas asas feridas
e cada nota sublime
harmoniza o impulso para o voo.
Fico ao som do meu violino:
a melodia é de paz.
Fico num silêncio profundo
vestido em mim.
Às vezes silencio diante do mundo,
às vezes silencio diante das pessoas.
Há uma quietude que não me perturba,
há uma solidão que me cabe;
uma caminhada bem longe de mim,
um perto que só eu conheço.
E fico ao som do meu violino...
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Andrew Atroshenko.