Como falar de ti?
Descrever a exclusão social
Espalhada pelas ruas escuras do
abandono,
Sem nome
Sem rosto
Sem pátria...
Como te esquecer?
A fome grita a miséria
E marca no rosto o peso
Do (Ser) desconhecido...
Mas quero te dizer
Que sinto,
Sinto muito por essa desigualdade;
Uma realidade tristemente
Aceita...
Porém digo:
Com este meu grito mudo,
Resisto!
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Agnes-Cécile.
que a palavra grite o mudo grito que contem
ResponderExcluirbjo.
Ser poeta deve visar não apenas o estabelecimento de um mero exercício de beleza formal, mas também o exercício de organização mental de conteúdos de alerta. As palavras servem para embelezar e também para pôr a nu com toda a crueza, neste caso até com ternura e humildade, situações de injustiça.
ResponderExcluirA desigualdade social fomenta exclusão, tal como certas religiões, ou a cor da pele. No entanto são sempre os pobres os grandes excluídos, como se o mundo nunca lhes pudesse pertencer. Um negro se for pobre será duplamente excluído, se for rico nunca será excluído de um sistema social que valoriza o consumismo, a riqueza e o estatuto, sistema que pouco faz para equilibrar as oportunidades de vida, tão diferentes. Disparidades criadas logo a partir do berço. Nascer na miséria é um fardo pesado para a vida inteira, e não deveria ser.
Um belíssimo "grito mudo", porque falar sobre as coisas também é uma forma de as tentar combater.
Gostei muito, querida, Suzete.
Os corações grandes sentem sempre a dor dos "sem nome, sem rosto, sem pátria". Os que ninguém conhece nem quer conhecer.
xx
Que o teu grito mudo, Suzete, seja um ruído contínuo nos ouvidos dos que tem o poder de mando e nada fazem a favor dos despossuídos. Meu beijo.
ResponderExcluirAssim é o Sentimento, sem identidade.
ResponderExcluirbj
um grito que seja ensurdecedor...
ResponderExcluir:(
Esta é a prova mais evidente do que é ser Poeta - No seu Universo, na sua Dimensão,não existem fronteiras de espécie alguma. O Poeta olha o mundo de outra maneira - sobretudo com o coração. Neste teu grito de resistencia, denuncias toda a espécie de preconceito - ao faze-lo utilizas a arma do escritor: a palavra escrita. Ela é tão forte como outra qualquer: pode ferir com a acutilancia de uma espada ou com a suavidade perfumada de uma flor. Fiquei altamente impressionado com a beleza deste teu poema - não só pela mensagem mas pela sua construção tão sublime. Parabéns. Ler-te é para mim um privilégio - um sortilégio dos sentidos!
ResponderExcluirBjos
Querida Suzete: sabes bem como me revoltam as desigualdades sociais, sobretudo porque os decisores políticos podiam fazer muito mais; por cá, o tecido social está todo roto (há cada vez mais ricos e cada vez mais pobres).
ResponderExcluirA escola pública (falo da nossa) tem como principal finalidade quebrar o círculo vicioso e proporcionar igualdade de oportunidades. Contudo, não a está a cumprir pois há constrangimentos de natureza diversa... Mas não me quero alongar, apenas acrescento que, cada um de nós tem o dever de fazer o máximo que pode para contrariar este estado de coisas.
O teu belo poema expressa essa revolta, usando as palavras que mesmo caladas, gritam o teu sentir.
Sempre um prazer vir ao teu cantinho!
(Demorei mais, pois os olhos não me têm ajudado - suponho que desta vez a minha rinite alérgica se fixou nos olhos, picam imenso e choramingam.)
Bjo de carinho :)
Minha querida
ResponderExcluirQue os poetas nunca se calem, as palavras são uma arma contra a opressão e a desigualdade social, que infelizmente existe por este mundo.
Sempre profundo.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
As desigualdades sociais são uma coisa cruel que está acontecer por todo o lado e em pleno século XXI.
ResponderExcluirE isso não é admissível, já que existe riqueza suficiente para não haver pobres nem excluídos.
O teu poema é magnífico, gostei muito.
Tem uma boa semana, querida amiga Suzete.
Beijo.
Oi Su!!
ResponderExcluirEste teu grito mudo ecou profundamente na minha alma...
De uma beleza,originalidade e excelência poética com coração,
um belo coração que sente as dores do mundo...
Fiquei emocionada,amiga.
Beijo e abraço nesta tua alma luminosa.
Nara.
Como falar da dor
ResponderExcluirDa desordem que são ruas umas contra as outras
Dos sonhos perdidos em marés cheias
Da indiferença de quem os ouve
Teus poemas têm sempre imensa humanidade
Algo que estranhamente é escasso no humano.
Beijinho
É um desiderato recorrente da tua poesia: lutar por um mundo melhor!
ResponderExcluirJunto a minha voz, na palavra.
Xi <3, querida amiga.