
Um minuto no relógio da
vida,
a cada folha do dia
a cair lentamente,
enquanto o sol se
dissolve
impreterivelmente.
Cada renovação é
uma viagem de átimos
colhidos de dias
sempre no hoje.
A vida é imperiosa
na sua roupa do
presente,
guardar o peso do
passado
ou
ansiosamente projetar
no futuro;
mero engano mental.
A vida quer a casa
interior nua,
para livremente
caminhar...
Na casa da poesia,
mora o poeta com o sol
na cabeça
a dissolver os grãos
da ilusão.
O poeta transgride em
construir palavras de
sol.
Nota: A palavra Poeta
se refere a quem escreve poesia (feminino e masculino).
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Vladimir Kush.
Amiga querida, viver de passado ou ansiar pelo futuro estraga qualquer possibilidade de sermos felizes, não há condições. No passado há mágoas a serem esquecidas; no futuro a expectativa de tudo, de sonhos e projetos. Vivermos dia-a-dia penso que é de boa medida.
ResponderExcluir'Cada renovação é
uma viagem de átimos
colhidos de dias
sempre no hoje.'
Beijo, amiga.
Cara amiga Taís,
ExcluirGrata pelo o seu comentário com o seu olhar.
Mas, o tempo aqui no poema, trata de
um contexto filosófico, em que passado
e futuro são modos ilusórios e todo
vivencial só acontece no tempo presente.
Grata mais uma vez pela sua carinhosa
presença!
Beijo.
As palavras do poeta, com maior ou menor substância, desenham sempre no ar, convidativas, novas formas de olhar a vida.
ResponderExcluirSempre tão bem, Suzete!
Um beijinho :)
Um minuto, o fôlego, a vida...
ResponderExcluirbj
ResponderExcluirSuzete,
“O poeta transgride/em construir palavras de sol” é, conforme se me afigura, a síntese do poema
... e da pulsão renovadora da Poesia, em que o tempo passado e o tempo do futuro se fundem na urgência da “casa interior nua” para a vida poder caminhar e renovar-se no “Presente-Eterno”.
Acto inaugural e, portanto, “transgressor” e libertador (“poeta com sol na cabeça”, proclama a poetisa) a dissolver os “grãos da ilusão” e fecundar a palavra poética (a vida) na promessa de dias luminosos (“construir palavras de sol”)
Poema que, na sua complexidade, ilumina a ideia de que apenas o engajamento com Presente é garantia de “viagem” e de celebração da vida
Gostei muito, amiga
Beijo
Sem transgressão não há poesia
ResponderExcluirBj
Já li e reli. Não porque seja mais belo que outros teus, mas pelo conteúdo, pela densidade e, ao mesmo tempo, pela leveza em que se transforma ao inspirarmos essa leveza que tu tão bem resumes
ResponderExcluir"A vida quer a casa interior nua,
para livremente caminhar..."
Excelente!
Bjo, Suzete :)
Boa noite Su.
ResponderExcluirEstamos todos, sem exceção, de passagem, temos nossas missões para serem cumpridas. O passado é o melhor caminho que pudemos atravessar, por mais difícil que tenha sido, foi o melhor que pudemos fazer, o futuro é incerto demais, a ponto de roubar o presente e nos deixar uma herança de frustrações... Portando, o mais sábio mesmo, é viver o Presente. Transgredindo quando preciso, talvez os poetas exerçam mais esse direito. Teu poema é riquíssimo em reflexão e traz consigo versos singulares, bordados um a um, com fios de sabedoria e otimismo, muito lindo.
*Gostaria de poder retratar todo esse movimento que ele me causou, ainda sentindo, e como é inquietante e belo.
Sempre muito prazeroso descansar os olhos aqui, obrigada.
Um beijo imenso, de alma para alma.
Querida Suzete, bom dia!
ResponderExcluirO poeta usa de todo o talento para compor uma deliciosa sonata poética com esta com versos profundos e belos
Tenha um dia iluminado
Beijos
Suzete , faço minhas as palavras de nossa amiga e grande escritora , Odete Ferreira . "A vida quer a casa interior nua , para livremente caminhar ." Maravilha !!!! Beijos
ResponderExcluirQue lindo!
ResponderExcluirbeijinho, poeta!
Suzete,
ResponderExcluirGostei muito de “O Poeta com o Sol na Cabeça...” Belíssimo poema.
Parabéns, minha amiga.
Abraço.
Pedro.
Aporto-me também nesta casa iluminada, nos vãos desta casa nua, nos lúcidos cristais da sua poética, e me debruço nos portais para admirar o enfloramento das palavras... Belo poema!
ResponderExcluirAbraços afetuosos,
A vida quer a casa interior nua, para livremente caminhar...
ResponderExcluirÉ isso mesmo... expresso de uma forma lindíssima... sem o peso do passado, nem as incertezas do futuro... para apenas se viver o presente... com todo o espaço que o mesmo precisa... caso contrário a vida passa, nos anseios do presente... sem ter sido verdadeiramente vivida... pois não terá havido tempo nem espaço, para o fazer...
Como sempre um trabalho magnifico, por aqui, Suzete!
Beijinho
Ana