Belchior, um poeta eterno que, na excelência das suas canções,
evoca emoção e humanidade, numa poesia musical, original e atemporal.
O poeta compositor-cantor-intérprete desprezava a
fama-dinheiro como uma dupla explosiva de alienação, porém, com uma
singularidade rara que cantava:
"Não sou feliz, mas não sou mudo
Hoje eu
canto muito mais.” (Música: GALOS, NOITES E QUINTAIS).
Eu tive a dificuldade de escolher as suas músicas, amo a sua
poética musical e por isso resolvi deixar duas músicas com as letras aqui
neste meu espaço.
Quando um Poeta morre escurece o mundo. Ficamos com a claridade
da sua poética a nos guiar na beleza eterna da arte!...
Viva a Música Brasileira!!
Viva o Músico-Poeta, o Artista Belchior!!
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados).
PARALELAS
Dentro do carro, sobre o trevo a cem por hora, oh! Meu amor
Só tens agora os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho e fico rico
Quanto mais eu multiplico diminui o meu amor
Em cada luz de mercúrio vejo a luz do seu olhar
Passas praças, viadutos, nem te lembras de voltar
De voltar, de voltar
No corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel e o que é paixão
E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar, abro a vidraça e grito
Grito quando o carro passa: teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu
No corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel e o que é paixão
Dentro do carro, sobre o trevo a cem por hora, oh! Meu amor
Só tens agora os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho e fico rico
Quanto mais eu multiplico diminui o meu amor
Em cada luz de mercúrio vejo a luz do seu olhar
Passas praças, viadutos, nem te lembras de voltar
De voltar, de voltar
No corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel e o que é paixão
E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar, abro a vidraça e grito
Grito quando o carro passa: teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu
No corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel e o que é paixão
Na Hora do Almoço
No centro da sala, diante da mesa
No fundo do prato comida e tristeza
A gente se olha, se toca e se cala
E se desentende no instante em que fala
Medo, medo, medo, medo, medo, medo
Cada um guarda mais o seu segredo,
A sua mão fechada, a sua boca aberta,
O seu peito deserto, a sua mão parada,
Lacrada, selada, molhada de medo
Pai na cabeceira, é hora do almoço
Minha mãe me chama, é hora do almoço
Minha irmã mais nova, negra cabeleira
Minha avó reclama, é hora do almoço
Moço, moço, moço, moço, moço, moço
Que eu ainda sou bem moço prá tanta tristeza
Deixemos de coisa, cuidemos da vida
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida
AMEI ESTA POSTAGEM! PARABÉNS
ResponderExcluirTenha um bom fim de semana.
Beijinhos
Só hoje e em outro blogue soube deste artista poeta e cantor chamado Belchior... Belíssima música e excelentes poemas. Obrigada pela partilha, Suzete.
ResponderExcluirUm beijo.
Desconhecia este grande poeta, cantor e compositor que pelo que pesquisei era muito amado e respeitado no Brasil e não só.
ResponderExcluirÉ verdade querida amiga, quando um poeta morre o nosso dever é honrá-lo com as suas palavras.
Um beijinho
O Toque do coração
Uma lida homenagem.Triste perda e que deixou belas músicas pra nós! beijos, chica
ResponderExcluirGostei muito dos poemas e da música.
ResponderExcluir"paralelas" é um poema que aprecio sobremaneira
algures no espaço-tempo as linhas paralelas encontram-se
em verdade geometria moderna tem muito de poesia.
(a obra do arquitecto Oscar Niemeyer é prova provada)
gostei muito, Suzete
beijo
Não conhecia este poeta, mas fiquei maravilhada com o poema "Paralelas"...é um poema que não vou esquecer facilmente.
ResponderExcluirSem dúvida uma bonita homenagem e, na verdade, um poeta nunca morre!
Beijinho
Bom dia Suzete
ResponderExcluirUma homenagem ímpar a este grande mestre da nossa música
E as escolhas do seu vasto repertório enche-nos de prazer e satisfação. São canções excepcionais
Beijos e um ótimo domingo
Suzete, minha linda, que belíssima homenagem fizeste a um dos ícones da nossa MPB. Belchior deixou nome, fez história, gravou-se no coração de muitos admiradores. Tua postagem ficou perfeita! Escolheste duas das suas músicas mais significativas, mais sofridas, e das mais belas. Dentre tantas outras, agradam-me bastante: Apenas um Rapaz Latino-Americano e Como Nossos Pais. Imagino a dificuldade que tiveste para escolher estas duas, pois todas as suas composições possuem letras de grande significado.
ResponderExcluirÉ pena que tenha se exilado do mundo quando ainda tinha tanta coisa bonita e preciosa para dizer.
Um vida, ao final, muito sofrida, questionada, mas o seu belíssimo legado na nossa MPB é incontestável, inegável, e como bem disseste:
"Quando um Poeta morre escurece o mundo".
Grata pela partilha, das que mais me agradaram sobre este Poeta da Vida, este gênio da Música.
Que a tua semana seja plena de estrelas e sorrisos.
Um beijo no teu coração,
Helena
Um Poeta, cantor, compositor
ResponderExcluir"Era uma Vez o Homem e Seu Tempo"
e o fundador da MPB, no Ceará.
Uma bela homenagem, Amiga, a quem foi um marco na riqueza que é a Música brasileira.
Morre o Poeta, fica a Obra (e a memória)
Um beijo, Suzete é uma semana feliz.
Linda homenagem, não conhecia o poeta.
ResponderExcluirBeijinhos
Maria
Ambas as músicas são lindas e fizeste bem em deixar as duas, assim pode-se observar a sua versatilidade. Pessoalmente, inclino-me para a segunda, pelo ritmo mas sobretudo pelo poema.
ResponderExcluirÉ sempre uma tristeza quando morre alguém notável.
Bjinho, querida amiga :)
Sente-se e gosta-se. Desta maneira Belchior não morrerá.
ResponderExcluirGrata pela partilha, querida amiga.
Beijinho.
Um canto contra as amarras com que cerceiam o nosso dia-a-dia...
ResponderExcluirNão conhecia o poeta/músico, Suzete, fico-lhe muito grato pela partilha.
Um bom final de semana :)
Muito obrigada pela partilha.
ResponderExcluirNão conhecia e gostei.
Quando um poeta morre escurece o mundo, é verdade.
beijinhos
Um autor, cantor e intérprete, que desconhecia, por completo...
ResponderExcluirUm talento que se perdeu... deixando este mundo um pouco mais pobre...
Grata por esta partilha tão especial, Suzete!
Beijinhos
Ana