sábado, 6 de maio de 2017

Belchior, o Poeta eterno!...





Belchior, um poeta eterno que, na excelência das suas canções, evoca emoção e humanidade, numa poesia musical, original e atemporal.

O poeta compositor-cantor-intérprete desprezava a fama-dinheiro como uma dupla explosiva de alienação, porém, com uma singularidade rara que cantava:
 "Não sou feliz, mas não sou mudo
 Hoje eu canto muito mais.” (Música: GALOS, NOITES E QUINTAIS).
                       
Eu tive a dificuldade de escolher as suas músicas, amo a sua poética musical e por isso resolvi deixar duas músicas com as letras aqui neste meu espaço.
Quando um Poeta morre escurece o mundo. Ficamos com a claridade da sua poética a nos guiar na beleza eterna da arte!...
Viva a Música Brasileira!!
Viva o Músico-Poeta, o Artista Belchior!!


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados).







                        PARALELAS


Dentro do carro, sobre o trevo a cem por hora, oh! Meu amor
Só tens agora os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho e fico rico
Quanto mais eu multiplico diminui o meu amor

Em cada luz de mercúrio vejo a luz do seu olhar
Passas praças, viadutos, nem te lembras de voltar
De voltar, de voltar

No corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel e o que é paixão

E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar, abro a vidraça e grito
Grito quando o carro passa: teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu

No corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel e o que é paixão






                                               


Na Hora do Almoço




No centro da sala, diante da mesa
No fundo do prato comida e tristeza
A gente se olha, se toca e se cala
E se desentende no instante em que fala
Medo, medo, medo, medo, medo, medo
Cada um guarda mais o seu segredo,
A sua mão fechada, a sua boca aberta,
O seu peito deserto, a sua mão parada,
Lacrada, selada, molhada de medo
Pai na cabeceira, é hora do almoço
Minha mãe me chama, é hora do almoço
Minha irmã mais nova, negra cabeleira
Minha avó reclama, é hora do almoço
Moço, moço, moço, moço, moço, moço
Que eu ainda sou bem moço prá tanta tristeza
Deixemos de coisa, cuidemos da vida
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida





15 comentários:

  1. AMEI ESTA POSTAGEM! PARABÉNS

    Tenha um bom fim de semana.
    Beijinhos

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  2. Só hoje e em outro blogue soube deste artista poeta e cantor chamado Belchior... Belíssima música e excelentes poemas. Obrigada pela partilha, Suzete.
    Um beijo.

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  3. Desconhecia este grande poeta, cantor e compositor que pelo que pesquisei era muito amado e respeitado no Brasil e não só.
    É verdade querida amiga, quando um poeta morre o nosso dever é honrá-lo com as suas palavras.


    Um beijinho

    O Toque do coração

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  4. Uma lida homenagem.Triste perda e que deixou belas músicas pra nós! beijos, chica

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  5. Gostei muito dos poemas e da música.
    "paralelas" é um poema que aprecio sobremaneira
    algures no espaço-tempo as linhas paralelas encontram-se

    em verdade geometria moderna tem muito de poesia.
    (a obra do arquitecto Oscar Niemeyer é prova provada)

    gostei muito, Suzete

    beijo

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  6. Não conhecia este poeta, mas fiquei maravilhada com o poema "Paralelas"...é um poema que não vou esquecer facilmente.
    Sem dúvida uma bonita homenagem e, na verdade, um poeta nunca morre!
    Beijinho

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  7. Bom dia Suzete
    Uma homenagem ímpar a este grande mestre da nossa música
    E as escolhas do seu vasto repertório enche-nos de prazer e satisfação. São canções excepcionais
    Beijos e um ótimo domingo

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  8. Suzete, minha linda, que belíssima homenagem fizeste a um dos ícones da nossa MPB. Belchior deixou nome, fez história, gravou-se no coração de muitos admiradores. Tua postagem ficou perfeita! Escolheste duas das suas músicas mais significativas, mais sofridas, e das mais belas. Dentre tantas outras, agradam-me bastante: Apenas um Rapaz Latino-Americano e Como Nossos Pais. Imagino a dificuldade que tiveste para escolher estas duas, pois todas as suas composições possuem letras de grande significado.
    É pena que tenha se exilado do mundo quando ainda tinha tanta coisa bonita e preciosa para dizer.
    Um vida, ao final, muito sofrida, questionada, mas o seu belíssimo legado na nossa MPB é incontestável, inegável, e como bem disseste:
    "Quando um Poeta morre escurece o mundo".
    Grata pela partilha, das que mais me agradaram sobre este Poeta da Vida, este gênio da Música.
    Que a tua semana seja plena de estrelas e sorrisos.
    Um beijo no teu coração,
    Helena

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  9. Um Poeta, cantor, compositor
    "Era uma Vez o Homem e Seu Tempo"
    e o fundador da MPB, no Ceará.
    Uma bela homenagem, Amiga, a quem foi um marco na riqueza que é a Música brasileira.
    Morre o Poeta, fica a Obra (e a memória)
    Um beijo, Suzete é uma semana feliz.

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  10. Linda homenagem, não conhecia o poeta.
    Beijinhos
    Maria

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  11. Ambas as músicas são lindas e fizeste bem em deixar as duas, assim pode-se observar a sua versatilidade. Pessoalmente, inclino-me para a segunda, pelo ritmo mas sobretudo pelo poema.
    É sempre uma tristeza quando morre alguém notável.
    Bjinho, querida amiga :)


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  12. Sente-se e gosta-se. Desta maneira Belchior não morrerá.
    Grata pela partilha, querida amiga.

    Beijinho.

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  13. Um canto contra as amarras com que cerceiam o nosso dia-a-dia...
    Não conhecia o poeta/músico, Suzete, fico-lhe muito grato pela partilha.
    Um bom final de semana :)

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  14. Muito obrigada pela partilha.
    Não conhecia e gostei.
    Quando um poeta morre escurece o mundo, é verdade.
    beijinhos

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  15. Um autor, cantor e intérprete, que desconhecia, por completo...
    Um talento que se perdeu... deixando este mundo um pouco mais pobre...
    Grata por esta partilha tão especial, Suzete!
    Beijinhos
    Ana

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