Unidade
Minh’alma estava
naquele instante
Fora de mim longe muito
longe
Chegaste
E desde logo foi verão
O verão com as suas
palmas os seus mormaços os seus
[ventos de sôfrega mocidade
Debalde os teus afagos
insinuavam quebranto e molície
O instinto de
penetração já despertado
Era como uma seta de
fogo
Foi então que minh’alma
veio vindo
Veio vindo de muito
longe
Veio vindo
Para de súbito
entrar-me violenta e sacudir-me todo
No momento fugaz da
unidade.
Autor: Manuel Bandeira.
Livro: poesias reunidas
Estrela Da Vida Inteira.
Manuel Bandeira: Nasceu
na cidade do Recife, Pernambuco, no dia 19 de abril de 1886. Em 1913, Manuel
Bandeira convive com o poeta francês Paul Éluard, nesta partilha com o poeta
possibilita para a poesia do Bandeira o verso livre, o tornando o mestre do
verso livre no Brasil. Em 1921, conhece Mário de Andrade e colabora com a
revista modernista e se engaja no ideário modernista. Em 1940 foi eleito para
Academia Brasileira de Letras. Ao completar oitenta anos, em 1966, publica “Estrela
da Vida Inteira”. Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho faleceu no Rio de
Janeiro, no dia 13 de outubro de 1968.
Lindo de ler! Adirei Obrigada pela partilha.
ResponderExcluirbeijos
cópula gloriosa em unidade cósmica!
ResponderExcluircomo o corpo dos amantes fora arco (convexo) onde a alma se derrama
qual sémen do poema.
excelente também a ilustração musical
sublime, minha Amiga
beijo
Um grande poema de um grande poeta.
ResponderExcluirBom fim de semana, amiga Suzete.
Beijo.
Lindo poema, excelente escolha
ResponderExcluirBom fim de semana
Beijinhos
Maria
Grata por tão bela partilha, querida Suzete. Gosto da forma como Manuel Bandeira canta o amor e, com este acompanhamento musical de Heitor Villa-Lobos, o momento ficou perfeito.
ResponderExcluirBeijo, amiga.
Não admira que adores o poeta.
ResponderExcluirBelíssima e artística, esta forma de cantar a unidade dos corpos...
Excelente partilha no seu todo.
Bjinho, querida Suzete :)
Bela escolha!
ResponderExcluirbeijinho
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirAna,
ExcluirInfelizmente com a falha de apagar os comentários e
não tive como recuperar do meu email e lamento
não ter o seu belo comentário aqui que eu valorizo tanto...
Beijinhos.
Ana,
ResponderExcluirConsegui recuperar no email:
Ana Freire deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Grandes Poemas Que Eu Adoro":
Um poema arrebatador, tão leve quanto profundo!
Para ler e reler!
Adorei o post! A peça musical escolhida é um puro fascínio e encanto!
Beijinhos
Ana