O presente sempre
Faz a chamada
Para o retorno à casa.
As lembranças
impulsionam
Para a corrida do
esconde-esconde,
Onde o passado tenta se
apropriar,
Mas o seu espaço
inexistente
Sedimenta o agora:
A verdade flutuante
Vestida dos afetos construídos.
A casa despida,
Vazia,
Ocupa o destino das
horas.
Horas que fluem
Com a pretensão
De atingir a leveza
Do voo,
Nas asas luminosas
Da invisibilidade instantânea.Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Primoroso, Suzete!
ResponderExcluirO presente faz-nos esse apelo de volta a casa, o nosso lugar interior, a essa volatilidade de interligação entre o agora que nos é dado e o antes que se nos impõe através das lembranças cujo espaço de acontecimento desapareceu. Lembranças que não precisamos evocar porque não precisam de convite. Mas o passado já foi, e o presente será sempre essa "casa despida" que tenta projectar-se em leveza, numa verdade feita de tempo presente e do passado enquanto invisível percepção.
Gostei muito das concepções temporais; um passado que se tenta prolongar pelas lembranças, e que nesse sentido é o "terreno" onde a partir do qual o presente (o agora) floresce e tenta voar.
Como sempre, não sei se entendi, mas foi assim que entendi. A poesia também é feita pelo leitor. A do autor (autora neste caso), é uma mensagem aberta a uma multiplicidade de interpretações...:-)
Uma bela imagem, também.
Adoro ler-te, Suzete! Que poesia límpida!
xx
Querida Laura,
ExcluirMuito obrigada por esta tua leitura e análise magistral!
Concordo contigo,que a poesia é uma mensagem aberta a uma
multiplicidade de interpretações,mas existem aqueles que percebem
o essencial e o abrangente, o explícito e o implícito do poema e
acredito que este entendimento não só se faz pelo intelecto,
mas pelo o sentir. Minha amiga, como tu entendeste o
poema e para mim, é uma honra ser lida por ti. Sabes,aquele
sentimento maravilhoso de ser compreendida poeticamente
assim,é uma é gestalt completa.
Adoro ser lida por ti!
Beijinho,minha irmã da poesia...
Oh querida, obrigada. Compreendo esse sentimento de alegria interior de quando se é compreendido poeticamente. E é essa a possibilidade da grande partilha e o contentamento que pode proporcionar. E sim, a grande percepção das coisas tem mais a ver com a sensibilidade do que com o intelecto, embora este também lhe possa trazer algum acrescento...:-)
Excluirxx
Oi Suzete!
ResponderExcluirA casa interior é nua (despida) de disfarces ao
contato na intensidade luminosa de um instante. A vida é um instante
e é bom a casa nua para o agora luminoso...
Suzete, sinceramente a sua poesia é de excelência,mas este
seu poema é o máximo da excelência e lhe digo, se eu
estivesse escrito só este poema,ficaria satisfeito. Apesar de
não ser poeta,pois não escrevo,mesmo apreciando e lendo
muita poesia.
Felipe (seu fã).
Por mais que o passado se insinue, e que a casa do presente lhe pareça nua, não há espaço para acomodá-lo no hoje. Lembranças chegam mas têm estada curta, salvo se as abraçarmos, doentiamente, tentando reviver o que já foi esgotado em emoções.
ResponderExcluirO aparente vazio do agora requer preenchimento com outras viagens ao desconhecido, pois já adquirimos experiência para o voo e para o pouso, riqueza que vem do movimento incessante da vida.
Suzete, gosto muito quando sinto o que leio, ainda que de forma divergente da intenção do autor no momento da escrita. E é um prazer estar em seu espaço. Bjs.
será que a casa está nua?!
ResponderExcluirtalvez esteja (de afectos) mas já esteve cheia e vestida.
o presente sempre nos remete para o primordio de nós.
o poema está belo e muito rico, embora à primeira leitura pareça ser muito simples.
um beijo
:)
Em tempo!
ResponderExcluirgostei também muito da imagem.
:)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMas, deixemo-nos levar pelas águas de um sentir que nem a desolação consegue beliscar.
ResponderExcluirbj
A casa nua
ResponderExcluir"coisa" linda
E qual é o destino das horas?... E nesta dança de presente e lembrança, vamos vivendo e sonhando...
ResponderExcluirbeijo amigo
Minha querida, sabes que volto sempre para me embrenhar no teu tempo, na tua casa e nos teus afetos.
ResponderExcluirÉ excelente o teu discorrer poético!
Um grande abraço de amizade.
O presente se impõe quando os afetos estão sólidos e bem construídos.
ResponderExcluirUm poema que ilumina nossa casa na bela metáfora do sentimento.
beijinhos Suzete
Já tinha lido o poema. Voltei para o comentar. Li e reli pelo encanto que dele emana. O que não me surpreende :)
ResponderExcluirVejamos: o passado existiu, foi vivido; e, sempre houve algo que nos moldou e que nos fez crescer em saberes; é, portanto, natural que haja momentos que desejássemos (re)viver; contudo, ele só se materializa pelas lembranças e, ainda assim, a memória delas pode "transfigurá-lo". Foi uma casa que se foi erguendo e à qual nos apegamos. Sem ele, também não teríamos o sustentáculo do presente, é verdade. No presente somos uma casa cheia e pura pelos sentires mais apurados e pela depuração do que já não interessa; fica a polpa, o sumo, como se costuma dizer por cá. Linda esta metáfora da casa, o Eu...
(Sem a profundidade deste teu belo poema, lembrei-me de um meu - As casas com que me visto)
Um encantamento, ler-te, querida Suzete.
Meu beijo ::)
Oi Suzete querida
ResponderExcluirLindo poema.
Amei a imagem.
Beijos
Ani
As nossas origens estão no passado.
ResponderExcluirE isso pode provocar-nos uma sensação de vazio e, assim, no presente pode existir alguma insegurança quanto ao futuro.
Em qualquer caso, o teu poema é brilhante. Parabéns pelo talento que conseguiste impregnar no poema.
Tem um bom resto de semana, querida amiga Suzete.
Beijo.
As inquietações de quem se questiona e procura...
ResponderExcluirBeijinhos
OI SUZETE!
ResponderExcluirNESTE VOLTAR À CASA, ESTÁ IMPLÍCITO NOSSA FIXAÇÃO PELO AGORA, ESQUECEMOS QUE, NOSSA HISTÓRIA SE ENCONTRA NO PASSADO QUE CONSTRUÍMOS E NOSSOS SONHOS, QUE NUNCA DEVEMOS ABANDONAR, ESTÃO NO FUTURO, OU NA ETERNA BUSCA, QUE É O QUE NOS IMPULSIONA PARA A FRENTE.
BELO TEXTO, MUITO APROPRIADO PARA UMA BOA REFLEXÃO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Reli o teu poema e fiquei de novo encantado.
ResponderExcluirUm beijo, querida amiga Suzete.
Cerca de 1 semana depois (é o meu ritmo...) cá estou eu de novo...
ResponderExcluirEspero que andes bem.
Tem um bom resto de semana, querida amiga Suzete.
Beijo.
O passado faz daquilo que somos
ResponderExcluirNo presente
Podemos sonhar, saltar mundos
Mas não podemos fugir da verdade
Que certamente o tempo atenua
Ou será que podemos?
Quem sabe…
profundo teu poema
Beijinho