Choveu tanto ontem.
Todas as janelas
fechadas
E o teu nome passeando
Num lembrete do Sol que
virá!...
As palavras mudas,
Escondidas no clarão
que transcende a janela;
Algumas guardadas nas
gavetas da memória;
Abertas e em desordem na
prioridade do agora.
E o silêncio me
acariciava
Na companhia meditativa
De o meu todo Ser...
A paz me absorvia
Numa ausência a
Respiração presente.
A chuva - música para
meus ouvidos,
E o Sol, uma vaga
lembrança
Adiada na dobra do dia
seguinte...
A chuva ilumina por
dentro,
Silenciando a
sonoridade do Sol.
Pingos na minha janela,
Cristalizando a melodia
da minha paz...
Deixo a janela aberta
E os pingos de cristais
tocam
A escala da
imprevisibilidade.
Todos os acasos se encontram.
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Daniel Gerhartz.
Feliz e inspiradora analogia sol com o ser amado, após a chuva, aconchegante lembrança. Beijos, Suzete.
ResponderExcluirQuerida Suzete,
ResponderExcluirO título:"A Chuva Ilumina por Dentro..."
Uma metáfora belíssima que nos sinaliza, a luz da chuva
proporcionar a introspecção ou o encontro com a
própria luz interior...
Um Poema para ser lido com muita atenção e concentração,
pois tudo nele respira Poesia e Filosofia!...
Este é um daqueles poemas que eu particularmente adoro.
Eu posso lhe dizer que a sua Poesia é música para
meus ouvidos e alma!...
Você na mestria das palavras numa escala de significantes
que harmoniza o silêncio (luz no espaço que transcende),
e a memória no espaço que guarda (reabre) junto com as
palavras que secretam a inquietação (o sol como fogo)
e a chuva, como portal meditativo ao encontro da paz,
a sua paz!...
No final o lembrete, deixar a janela aberta para a
vida na beleza da imprevisibilidade e seus mistérios.
Eu posso lhe dizer que sempre sou grato pela
leitura (preciosa) que faço aqui!!
Abraço de amizade e admiração.
Felipe.
Felipe, esta tua ímpar capacidade de
Excluirapreciação é imprescindível para mim,
uma obrigação nos teus ombros (eu coloco)?
não!...rss
Sério, fico encantada com a tua leitura
profunda, atenciosa e "especialista" na
percepção do movimento (explícito e implícito)
das palavras!...
Muito obrigada (sempre)!!
Abraço, meu amigo.
Excelente pintura Suzete!
ResponderExcluirRefiro-me à imagem que transmite o poema.
ResponderExcluirObrigada, Arnaldo.
ExcluirO seu olhar reúne todas as artes (Poeta,
Escultor, Pintor...).
Gosto do seu olhar (raro) aqui!!
Linda imagem e poema. Parabéns.
ResponderExcluirLinda imagem e poema. Parabéns.
ResponderExcluirÉ sempre bom deixar as nossas janelas abertas...
ResponderExcluirExcelente poema, minha amiga, gostei imenso.
Suzete, bom resto de semana.
Beijo.
afinadíssimo PIANO em sua melodia nostálgica...
ResponderExcluirque, no entanto, se despenha, livre, na "escala da imprevisibilidade"...
talvez então Chopin se faça Jazz!
gostei. deveras!
beijo
Imagina! Bom é saber que você não precisa de ritual (risos). Basta uma chuva e lá está sol sob um nome que deambula pela casa, martelando como os pingos da chuva. Basta um chuva e as imagens cingem as tuas mãos, fazendo-a desabrochar como um sol, enquanto este se contrapõe à chuva sob um guarda-chuva da memória.
ResponderExcluirImagina! O que seria da vida sem os acasos? E da chuva para vivificar o sol? O que seria da poesia sem a chuva e depois sem o sol? E quando os dois conjugam tão harmoniosamente num poema tão lírico, o que dizer?
Vou contar-lhe um segredo. É uma utopia a página 21 digna de Thomas Morus (risos).
Saiba que também adoro os seus textos, a sua poesia. Ela tem um quê suzetiano, que confere originalidade, autenticidade. Beleza. Este "jogo" de palavras é primoroso. E as imagens são deliciosas. O cancioneiro lírico amoroso se renova aqui.
Abraços afetuosos, Suzete!
Sou ilha perdida dentro de outra ilha
ResponderExcluirFilhos de um Deus que nos torna pequenos
Talvez sejas a fonte da minha saciação
Talvez esteja aprisionado este pobre coração
Esta minha insaciável sede para um regresso
Porque me perdi
Entre a frieza dos homens
Alimentei a alma de Ti
Bom fim de semana
Beijinho
Ilumina sim, porque também a chuva é poesia...
ResponderExcluirbeijo amigo
A chuva e sua poesia iluminam por dentro , Suzete . Tudo aqui tão bonito . Obrigada . Beijos
ResponderExcluira emoção é vestida de alvoroço e os pingos da chuva me lava a alma!!!
ResponderExcluiraiiii que lindo!
que belo :) beijinho, um bom fim-de-semana!
ResponderExcluirO toque dos pingos da chuva, na janela inicialmente fechada, foi música inspiradora para o silêncio da alma, que vagueava e remexia nas memórias, iluminando o dentro. O sol aquece o corpo e se distancia apenas para ser esperado. A janela, depois aberta, mostra que o imprevisível também é aguardado, solenemente. Assim li seu magnífico poema. Grande beijo!
ResponderExcluirQue chova mais e mais, Suzete. Tua poesia é perfeita.
ResponderExcluirMas o Sol está dentro, não é, Suzete? Assim me parece, pois a paixão mora aí como bem mostra a poetisa "nas gavetas da memória". Se abre a janela é para acolher o calor do amor.
Bj
A chuva ilumina e inspira os poetas. Aqui se vê com este poema...
ResponderExcluirUm beijo.
Su,
ResponderExcluirQue emoção tive com a leitura deste teu poema,
um quadro pintado poeticamente ou uma escala de
música a tocar a nossa alma, com a melodia da
paz, a tua paz!...
Para mim, quando diz que a "A Chuva Ilumina por Dentro..."
percebo no poema a importância da introspecção, o
contato com a própria luz (meditação), o contato com
o silêncio da paz. O sol (a luz dos contatos), como
o amor e a paixão de viver a vida. Mas, a luz da
vida (o sol) e a luz dentro (a chuva), ambas
na importância preciosa do Ser!
E quando ficar na introspecção, deixar a
janela aberta com a sua imprevisibilidade,
surpresas e mistérios...
Amo a tua Poesia e a imagem linda
para o teu imenso (luminoso) Poema!!
Beijos e abraço de admiração, minha irmã de alma.
Nara.
Minha querida irmã de alma!
ExcluirFiquei emocionada com a tua leitura e percepção
exata. O teu olhar é pura poesia que ler poesia!
Amo o teu olhar e sou muito grata por ser
presenteada por ele!....
Beijos e abraço de gratidão, Narinha!
A chuva ilumina e alivia a alma.
ResponderExcluirLindo Poema
Beijinhos
Maria
Um poema que se assemelha a um ritual de acasalamento: o sol que, pela sua génese, provoca uma exposição e a chuva que puxa para o interior, para a reflexão, para o resguardo... Será sempre discreto, o encantamento do belo, a descoberta da essência...
ResponderExcluirBelíssimo, amiga! BJO :)
As janelas estão fechadas com a chuva, mas elas se abrirão quando o Sol voltar. Vivemos para dentro e para fora de nós, e todo o silêncio nos faz povoar a música da chuva de memórias, umas mais urgentes do que outras; como o nome dele a passear na ideia do sol que virá.
ResponderExcluirLindo, Suzete!
xx