quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A Chuva Ilumina por Dentro...










   
       
Choveu tanto ontem.

Todas as janelas fechadas

E o teu nome passeando

Num lembrete do Sol que virá!...


As palavras mudas,

Escondidas no clarão que transcende a janela;

Algumas guardadas nas gavetas da memória;

Abertas e em desordem na prioridade do agora.


E o silêncio me acariciava

Na companhia meditativa

De o meu todo Ser...


A paz me absorvia

Numa ausência a

Respiração presente.

A chuva - música para meus ouvidos,

E o Sol, uma vaga lembrança

Adiada na dobra do dia seguinte...


A chuva ilumina por dentro,

Silenciando a sonoridade do Sol.

Pingos na minha janela,

Cristalizando a melodia da minha paz...


Deixo a janela aberta

E os pingos de cristais tocam

A escala da imprevisibilidade.

Todos os acasos se encontram.





Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Daniel  Gerhartz.








24 comentários:

  1. Feliz e inspiradora analogia sol com o ser amado, após a chuva, aconchegante lembrança. Beijos, Suzete.

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  2. Querida Suzete,

    O título:"A Chuva Ilumina por Dentro..."
    Uma metáfora belíssima que nos sinaliza, a luz da chuva
    proporcionar a introspecção ou o encontro com a
    própria luz interior...
    Um Poema para ser lido com muita atenção e concentração,
    pois tudo nele respira Poesia e Filosofia!...
    Este é um daqueles poemas que eu particularmente adoro.
    Eu posso lhe dizer que a sua Poesia é música para
    meus ouvidos e alma!...
    Você na mestria das palavras numa escala de significantes
    que harmoniza o silêncio (luz no espaço que transcende),
    e a memória no espaço que guarda (reabre) junto com as
    palavras que secretam a inquietação (o sol como fogo)
    e a chuva, como portal meditativo ao encontro da paz,
    a sua paz!...
    No final o lembrete, deixar a janela aberta para a
    vida na beleza da imprevisibilidade e seus mistérios.
    Eu posso lhe dizer que sempre sou grato pela
    leitura (preciosa) que faço aqui!!
    Abraço de amizade e admiração.
    Felipe.

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    1. Felipe, esta tua ímpar capacidade de
      apreciação é imprescindível para mim,
      uma obrigação nos teus ombros (eu coloco)?
      não!...rss
      Sério, fico encantada com a tua leitura
      profunda, atenciosa e "especialista" na
      percepção do movimento (explícito e implícito)
      das palavras!...
      Muito obrigada (sempre)!!
      Abraço, meu amigo.

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  3. Refiro-me à imagem que transmite o poema.

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    1. Obrigada, Arnaldo.
      O seu olhar reúne todas as artes (Poeta,
      Escultor, Pintor...).
      Gosto do seu olhar (raro) aqui!!

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  4. É sempre bom deixar as nossas janelas abertas...
    Excelente poema, minha amiga, gostei imenso.
    Suzete, bom resto de semana.
    Beijo.

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  5. afinadíssimo PIANO em sua melodia nostálgica...

    que, no entanto, se despenha, livre, na "escala da imprevisibilidade"...

    talvez então Chopin se faça Jazz!

    gostei. deveras!

    beijo

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  6. Imagina! Bom é saber que você não precisa de ritual (risos). Basta uma chuva e lá está sol sob um nome que deambula pela casa, martelando como os pingos da chuva. Basta um chuva e as imagens cingem as tuas mãos, fazendo-a desabrochar como um sol, enquanto este se contrapõe à chuva sob um guarda-chuva da memória.
    Imagina! O que seria da vida sem os acasos? E da chuva para vivificar o sol? O que seria da poesia sem a chuva e depois sem o sol? E quando os dois conjugam tão harmoniosamente num poema tão lírico, o que dizer?
    Vou contar-lhe um segredo. É uma utopia a página 21 digna de Thomas Morus (risos).
    Saiba que também adoro os seus textos, a sua poesia. Ela tem um quê suzetiano, que confere originalidade, autenticidade. Beleza. Este "jogo" de palavras é primoroso. E as imagens são deliciosas. O cancioneiro lírico amoroso se renova aqui.
    Abraços afetuosos, Suzete!

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  7. Sou ilha perdida dentro de outra ilha
    Filhos de um Deus que nos torna pequenos
    Talvez sejas a fonte da minha saciação
    Talvez esteja aprisionado este pobre coração

    Esta minha insaciável sede para um regresso
    Porque me perdi
    Entre a frieza dos homens
    Alimentei a alma de Ti

    Bom fim de semana

    Beijinho

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  8. Ilumina sim, porque também a chuva é poesia...

    beijo amigo

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  9. A chuva e sua poesia iluminam por dentro , Suzete . Tudo aqui tão bonito . Obrigada . Beijos

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  10. a emoção é vestida de alvoroço e os pingos da chuva me lava a alma!!!

    aiiii que lindo!

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  11. que belo :) beijinho, um bom fim-de-semana!

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  12. O toque dos pingos da chuva, na janela inicialmente fechada, foi música inspiradora para o silêncio da alma, que vagueava e remexia nas memórias, iluminando o dentro. O sol aquece o corpo e se distancia apenas para ser esperado. A janela, depois aberta, mostra que o imprevisível também é aguardado, solenemente. Assim li seu magnífico poema. Grande beijo!

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  13. Que chova mais e mais, Suzete. Tua poesia é perfeita.
    Mas o Sol está dentro, não é, Suzete? Assim me parece, pois a paixão mora aí como bem mostra a poetisa "nas gavetas da memória". Se abre a janela é para acolher o calor do amor.

    Bj

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  14. A chuva ilumina e inspira os poetas. Aqui se vê com este poema...
    Um beijo.

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  15. Su,

    Que emoção tive com a leitura deste teu poema,
    um quadro pintado poeticamente ou uma escala de
    música a tocar a nossa alma, com a melodia da
    paz, a tua paz!...
    Para mim, quando diz que a "A Chuva Ilumina por Dentro..."
    percebo no poema a importância da introspecção, o
    contato com a própria luz (meditação), o contato com
    o silêncio da paz. O sol (a luz dos contatos), como
    o amor e a paixão de viver a vida. Mas, a luz da
    vida (o sol) e a luz dentro (a chuva), ambas
    na importância preciosa do Ser!
    E quando ficar na introspecção, deixar a
    janela aberta com a sua imprevisibilidade,
    surpresas e mistérios...
    Amo a tua Poesia e a imagem linda
    para o teu imenso (luminoso) Poema!!
    Beijos e abraço de admiração, minha irmã de alma.
    Nara.

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    1. Minha querida irmã de alma!

      Fiquei emocionada com a tua leitura e percepção
      exata. O teu olhar é pura poesia que ler poesia!
      Amo o teu olhar e sou muito grata por ser
      presenteada por ele!....
      Beijos e abraço de gratidão, Narinha!

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  16. A chuva ilumina e alivia a alma.
    Lindo Poema
    Beijinhos
    Maria

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  17. Um poema que se assemelha a um ritual de acasalamento: o sol que, pela sua génese, provoca uma exposição e a chuva que puxa para o interior, para a reflexão, para o resguardo... Será sempre discreto, o encantamento do belo, a descoberta da essência...
    Belíssimo, amiga! BJO :)

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  18. As janelas estão fechadas com a chuva, mas elas se abrirão quando o Sol voltar. Vivemos para dentro e para fora de nós, e todo o silêncio nos faz povoar a música da chuva de memórias, umas mais urgentes do que outras; como o nome dele a passear na ideia do sol que virá.
    Lindo, Suzete!
    xx

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