Hoje,
Por um minuto,
O avesso se aproximou;
Cambalhotas no meu estômago
E o doce derreteu sem Sol.
Um choro retido
De nuvens sem peso
Absorveu-me,
Congelando as palavras
De um passado sem dono.
Corri por dentro
Sem janelas do meu
jardim.
Quase sufoquei, no
espanto
De perceber a distância
Da minha alegria já
escurecida,
Na esquina de um triste
silêncio.
Nos meus olhos,
O vazio brincava de esconde-esconde.
Quando voltei à sala,
Lá estava a rosa
no jarro
À minha espera.
Recobrei o sublime da
minha alma.
No meu corpo ficou a
leve dor da perda,
Bailando na minha pele
A saudade!...
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Vladimir Volegov.
Minha querida Su,
ResponderExcluirEstou afastando as lágrimas, para tentar escrever
algo, minha irmã de alma...
Hoje, estou nesta esquina de um silêncio triste
e o pior é que não sou uma Grande Poetisa, assim,
como tu és e pode criar um Poema imenso deste.
Mas, ainda bem, que posso conectar e ler a viagem
das tuas palavras, pousadas no seu maior significado
sublime de expressão artística do sentir!
Su, amo a tua expressão Poética, a tua criação sublime!!!
Beijo e abraço tão saudoso de alma para ti!
Nara.
Ps: Estou precisando daquele teu email (longo, jornal
...rss), sei que és ocupada, faz tempo que recebi,
assumo, tou cobrando mesmo!...rss
Narinha,
ExcluirGrata por este tão belo e comovente comentário,
as tuas palavras tem um valor único, vestidas
da generosidade de uma amiga que mora no meu
coração, na minha alma e no meu pensamento, pois
antes da merecida cobrança, acabei de enviar
um email tipo jornal, 30 minutos no mínimo
para ler e repleto desta saudade de amiga
que mora longe fisicamente, mas no sentir
sempre presente!...
Vamos sair desta esquina de um silêncio triste
e encontrar a alegria Solar, Amiga, viu?...rss
Beijo e um Abraço enorme, cheio de saudade...
Ps: Agora quero a resposta por email
(tipo jornal, tb...rss).
Um instante fundo de "triste silêncio", sem janelas para a claridade do jardim, sem sol. Um instante de distância para a alegria, um momento em que o Ser fica em suspenso, na sensação de vazio, mas retoma a direcção da "rosa no jarro". A saudade, nada mais (como se fosse pouco!) do que a saudade a não fazer esquecer a perda.
ResponderExcluirMuito belo, Suzete.
xx
l´important c´est la rose!...
ResponderExcluirexcelente poema em sua vibração de cristal plangente...
Boa noite Su.
ResponderExcluirAh minha querida, você foi tomada por um momento tão profundo que nem percebeu a leveza da tua alma, a essência luminosa que prevaleceu permitindo que recebesse o encanto da rosa que lhe esperava.
Vez ou outra é preciso visitar os avessos, mesmo que cause dor, pois que depois da dor, regressamos com menos bagagem e mais horizontes... O olhar se amplia no tempo em que os silêncios nos gritam. Enquanto isso, sem percebermos, a saudade se acomoda, abranda.
Muito lindo e profundo o teu poema.
*Imagina que cheguei aqui com dores de estômago de tão preocupada com o problema do correio, triste mesmo... Mas, fui abraçada por tuas letras. Como que se um entendimento me visitasse.
É um verdadeiro milagre, nestes dias de hoje, encontrar uma alma tão alheia a nossa.
Sou toda gratidão. Obrigada mesmo pelas reflexões que me chegam pelo encantamento de tua arte.
Meu carinho mais doce. Conte sempre com o meu olhar, amizade e verdade.
Um beijo imenso em teu coração, lu.
E eu quase sufoquei de espanto ao ler este poema de um momento tão doído e manifestado de uma maneira tão bela. Fiquei tocada, mas aliviada diante da rosa no jarro, que lhe fez recobrar o sublime da alma. Infelizmente, não há como evitar visitas indesejadas do avesso, quando a saudade maltrata a alma, mas saber se esquivar a elas é uma arte.
ResponderExcluirNostálgico, mas lindíssimo.
Beijo, querida Suzete.
Suzete,
ResponderExcluirUm belo poema o seu, com estes belos versos, entre outros, que me deram a ideia de quando se volta para casa:
'Lá estava a rosa no jarro
À minha espera".
Muito bom. Parabéns.
Uma boa semana.
Abraços.
A melancolia da saudade neste belo poema. Mas a rosa estava lá...
ResponderExcluirUm beijo.
É fácil definir o que é a saudade, o difícil é definir a imensidão da dor; o que ela causa.
ResponderExcluirLindo seu poema, Suzete!
Beijos, amiga.
Ah, esta saudade tamborilada em palavras e apaziguada com a rosa que a esperava no jarro transfigura a realidade e atribui aos signos potencialidades de superar "a leve dor da perda,/ bailando na minha pele / A saudade!..." . É a vida que se joga neste belo poema.
ResponderExcluirSerá que...
eu bisbilhoto aqui,
você bisbilhota lá...
sem tempo de parar
as palavras no ar
não se cansam de dançar...
Abraços afetuosos, Suzete!
Suzete, você fez uma visita a lugar dolorido e sufocante. Uma visita difícil e belamente descrita, com enorme carga de sensibilidade. Mas nos trouxe o jarro com a flor, luz para um retorno, mostrando que a saudade fica mas que a beleza da vida continua. Amei, como sempre! Bjs.
ResponderExcluirCom uma estrutura formal original, descreveste os sentimentos que nos tomam quando a saudade assola; a evocação de elementos estáticos associaram-se à tua dor, mas também ao retorno da luz. Muito bom, mesmo, Suzete.
ResponderExcluirBjo, querida :)
Ah , a saudade . Bom que existam poetas que sabem descrevê-la tão delicadamente . Obrigada , Suzete . Beijos
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