Mais um sábado de sol,
todos na praia e eu, a única adulta a adorar o banho de mar, para alegria da
menina loirinha, com passos de bailarina, a pedir:"Tia, leva eu por o mar!..." Vamos Bru, nós adoramos o mar!!... Ela me dava aquelas mãozinhas para
segurar nas minhas e eu acelerava os passos e, depois, a colocava nos braços, correndo, com as gargalhadas dela fazendo música para todos na praia...
Ficávamos no mar
conversando e sorrindo com a poesia que ele construía com suas ondas... Ela, tremendo e pedindo: ”conta mais histórias, Tia” (eu argumentava que ela
precisava sair um pouco da água), e ela: “conta mais história, mais...” Depois de sair do mar, ficávamos ao sol, a
aquecer o nosso frio destilado de saudade das ondas amigas, que pertenciam ao
mar na sua estrutura de música da vida: ondas alegres que alimentavam a nossa
felicidade do dia! A magia do mar que em mim morava, visitava o universo
imaginário da minha sobrinha, com as sementes do amor à natureza!...
Um dia ela viu o que chamou de alimentos do mar; algo que parecia um cacho de uvas. Ela disse que eram as uvinhas do
mar; comidinha para os peixes, e me pediu: “Tia, joga para longe, no fundo do
mar, para os peixinhos comerem e ninguém machucar as uvinhas; não deixar os
peixinhos sem sobremesa”. Assim eu fiz, lancei bem longe para que os
peixinhos comessem a sua sobremesa. E eu
disse que era Bru que estava enviando a sobremesa, enquanto lançava ao mar, e
ela sorria de satisfação!...
Hoje, quando vou ao mar e vejo as uvinhas, lanço ao fundo do mar e penso: Os peixinhos não comeram ainda a
sobremesa enviada por Bru... Ela, hoje, talvez nem se lembre de que um dia
presenteou os peixinhos com seu carinho, o seu olhar atento à natureza, e a Tia
(eu) acompanhado e estimulando este amor sublime que estrutura a sensibilidade humana
por dentro, no encanto da bondade genuína.
Atualmente é uma mulher
com corpo e postura de bailarina de caixinha de música, suavidade, gentileza,
doçura, e ao mesmo tempo independente e dona da sua história (vida).
Separadas entre
continentes, continuamos com a nossa ponte de afeto, que nos liga a grandes
infinitos de comunhão humana e transcendental. O amor sempre transcende a distâncias, tempo e espaços.
Bru,
Beijinhos para ti,
desta Tia que te ama sempre!
Suzete Brainer
(Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Chelin Sanjuan.
Imagem: Obra de Chelin Sanjuan.
Belo momento entre vc e sua sobrinha, Suzete. A distância realmente não existe, quando a relação foi construída com afeto e respeito.
ResponderExcluirBeijinho.
Suzete , que registro delicado e forte este que nos oferta . Sua sobrinha não poderia ter uma tia tão sensível e generosa como você . Parabéns a ambas . Beijos
ResponderExcluirSuzete, querida Amiga
ResponderExcluirsão os "afectos do quotidiano", como à falta de melhor chamo ao amor pela família e pelos amigos que, no dia a dia, estão presentes na vida com um sorriso ou a palavra certa que servem de lenitivo e conforto perante as agruras e injustiças que tantas vezes a sociedade nos reserva (e diga-se que cada um não está livre de poder praticar).
assim é quase uma "profanação" pretender comentar a visível ternura e afecto que emana das suas poéticas (sempre belas) palavras.
desejo por isso que essa preciosa "rede afectos" nunca lhe falte e continue a privilegiar os seus amigos com a genuína expressão da sua poesia, sempre elegante e profunda.
beijo, minha amiga.
O que não falta por aqui é delicadeza. Esta evocação sublime nos "derruba" porque é tão bom saber que o sol aquece a tua mão e a presença do mar traz lembranças que você vai colando-as no papel de forma tão lírica, que nos deixa sem palavras. O melhor é senti-las, as que você literalmente transforma em ponte mágica para a sobrinha distante.
ResponderExcluirAfetuoso abraço, Suzete!
Passando rapidamente, por aqui, pois creio que ficarei sem net algures entre hoje e amanha... pelo que assim que voltar a tê-la... durante a próxima semana, e não havendo novidade... aqui estarei comentando as suas ultimas postagens, com a devida atenção...
ResponderExcluirAgradecendo as suas carinhosas palavras... o que formalizarei depois devidamente, tão logo volte a ter net... aproveito para lhe deixar um beijinho, Suzete, e desejar um feliz domingo!
Até daqui a uns diazitos...assim espero!
Tudo de bom!
Ana
São textos assim, cheios de ternura, sentimentos permanentes que nos dão forças para ignorar os desafetos do mundo, as rusgas por vezes tão perto. Precisamos, todos, um alento, uma parada, e continuar a caminhada.
ResponderExcluirComo é lindo histórias contadas dessa maneira, com delicadeza e votos de eterno gostar. Você, amiga, sempre emocionando...
beijo, amiga.
Oi tia.
ResponderExcluiramei teu textinho ^^ Fiquei emotionada lendo.
verdade que nao me lembro desse dia nao.
Mas me lembro das uvinhas do mar . :p
saudades imensas tia.
espero ler outros textinhos desse estilo ^^
Minha Bru,
ExcluirTu tinhas na faixa de 3 aninhos, era muito pequeninha...rss
Em mim tudo muito vivo as cenas destes momentos, tu, a
loirinha bronzeada falante e alegre, muito alegre no
mar...rss
Amei a tua presença aqui, minha linda!
Te amo muito e saudade, saudade!...
Beijos, minha filha de coração e alma.
Ps: eu conheço Zaz sim.
ResponderExcluirgosto bastante do estilo dela.
E o quadro da bailarina com o violino(sou pessima em reconhecer instrumentos ) olhando o mar é lindo.
Que bom, pelo que te conheço, imaginei
Excluirque tu a conhecia e gostava do estilo dela.
Beijinhos.
Fiquei emocionado com a ternura que se pode respirar a partir das tuas palavras.
ResponderExcluirE já vi que a Bru se lembra das uvas do mar...
Suzete, tem uma boa semana.
Beijo.
Que maravilha, bjbj Lisette.
ResponderExcluirTanta ternura, Suzete! Uma tia e uma sobrinha que gostam do mar, da dança e da poesia que a vida contém. É maravilhoso! Deliciei-me com o texto. Parabéns.
ResponderExcluirUma boa semana.
Beijos.
Um momento lindo e ternurento, Suzete!... Entre tia e sobrinha, e que proporcionou uma prosa literária deveras encantadora...
ResponderExcluirPara ler e reler, esta doce maravilha...
Beijinhos
Ana
Fantásticos momentos: os vividos na presença, ternura, sensibilidade e amor da tua Bru, os que viveste aos (d)escrevê-os e os que proporcionaste a quem leu.
ResponderExcluirGrata por também, deste modo, ter feito parte deles.
Bjo na tua linda alma :)
"Todos na praia e eu" e "as uvas do mar". E o amor que você deu, Suzete. Não se perdeu, nunca se perde.
ResponderExcluirConto para Bru é delícia de ler, de ouvir. Vou ler para alguém ouvir. Posso?
Bj