
Água gelada, quase uma pedra de gelo. Ela mergulhou na
piscina, os pensamentos foram congelando e, no seu silêncio profundo, a paz
meditativa lhe abraçou. A natação, a meditação e o frio dissolvendo o dia
cansativo. Ela quis ir embora naquelas horas de desintegração da realidade.
Ficou na sua melhor casa... Nua dentro de si.
Quando um casal de Bem-te-vi pousa na escada da piscina, bem
perto dos seus olhos, o encanto lhe acionou o silêncio da contemplação, ficou
imóvel, quase sem respirar para aquela mágica partilha. Percebeu, entre lágrimas, o quanto os pássaros são belos, sublimes e etéreos...
O silêncio foi transformado em música, o canto do casal de
Bem-te-vis, promoveu a beleza daqueles minutos premiados pela magia rara deste contato.
Ela resolveu guardar este momento na sua melhor casa: a
poesia; uma poesia com asas de sublimidade. Quando voaram, ela teve a certeza
que também voo.
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Lídia Wylangowska.
Aviso: Um voo para pausa, depois outro voo
de volta aqui, para partilha que tanto
aprecio!...
Beijo e Abraço de Paz!
Suzete Brainer.