terça-feira, 8 de agosto de 2017

Eclipse





nishe:

Gustav Klimt




 Hoje,

           sinto uma inquietude
   
                   correndo pelas minhas veias,

     Arranhando a minha paz.


     Solenemente um ar triste

                 deseja possuir-me.

     Mas,

           me encontro

                 Indisponível.

      Formalmente digo não,

           e busco a minha alegria

           que ultimamente

          anda muito fora de casa

      apagando as luzes

     da minha

                estação.


      Mas olho,

      e, ao olhar,

      me sinto inteira,
  
     mesmo quando,

            em pedaços,

            vou construindo

     meus dias

            solares.




Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)


Imagem: Obra de Gustav Klimt. 





]                                     


12 comentários:

  1. Deixaste cair as notas com imensa harmonia.
    É um poema que toca o espírito e Chopin acompanha-te de forma primorosa. Que belo momento!

    Beijinho, querida amiga.

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  2. Suzete
    O poema, na sua construção, é lindo e com a música de Chopin, por fundo, está criado excelente ambiente poético.

    CONVITE A COMENTÁRIO
    Brasil – País do futuro:
    Paradigma – Lava – Jacto

    mornaguerra.blogspot.pt
    Abraço

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  3. Querida Suzete,

    Depois de dias muito dolorosos... volto para te ler.

    Sempre muito sensível na expressão dos teus sentimentos/ estados de alma.

    Quem sabe agora te encontras um pouco mais pacificada. É altura de ligar as luzes da tua casa/alma, os dias estão lindos... pelo menos por aqui.

    Chopin! Aquela languidez que vai ao fundo da alma. Eterno na expressão da 'tristesse' que a nostalgia do som do piano transmite tão bem!

    Um lindo domingo!
    Beijinhos

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  4. Oi Suzete, bela imagem do artista austríaco (o mesmo do retrato?), bela música e belíssimo poema - com poesia consistente, robusta e de reflexão aos pobres mortais. Quantas vezes a paz é agitada por razões indefinidas ou imprevisíveis... Eis as frases - " eu vos dou a paz" , "a paz do Senhor esteja convosco"- tão badaladas nas religiões. Tocastes num ponto sensível, dando muita vida ao teu poema. Parabéns, Suzete! Grande abraço. Laerte.

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  5. Os eclipses são inevitáveis.
    Por mais que a luz se esforce em permanecer perene sombras há que atravessam qualquer ser de alto a baixo.
    Mas, mesmo assim, a harmonia consegue-se na certeza que dias brilhantes virão.
    Vi.

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  6. Querida Suzete,
    A imagem encantou-me, é de uma beleza rara. E este seu poema é tocante, identifiquei-me por completo. Por vezes, a luz teima em não aparecer mas não podemos desistir de a encontrar. Estar em pedaços e ainda assim ser inteiro é um ato de coragem, é lutar pela luz que é nossa.
    Maravilhosa postagem!
    Uma semana cheia de luz, beijinhos.

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  7. Amiga Suzete ,
    A melodia triste faz pano de fundo ao belo poema .
    Construir dias solares é caminho para artistas como você .
    Beijos

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  8. Minha amiga Suzete,
    Acho que você já conhecia o poema... sem tirar nem pôr? Não sei. Não consultei meus alfarrábios. O bom é que tenho você de volta ao meu convívio. E, claro, também me leva para o seu, pois andamos ligeiramente divorciados (rsrsrs). O que não faz um frevo. E o melhor do frevo é sabê-lo incorruptível.
    Voltarei para falar de Chopin e dos dias solares, inadiáveis, para a tua alegria. Esperamos dias melhores também para este país, ainda que esteja muito distante de vermos esses dias chegarem. Pior é perdermos a esperança.
    Um beijo, minha querida amiga!

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  9. Que lindo!
    O ser indisponível no mais profundo de si :)
    beijinhos

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  10. Os eclipses fazem parte de almas sensíveis mas as palavras, postas em poesia, ajudam a minimizar os seus efeitos, sobretudo quando o lado solar é mais forte.
    Mais um belíssimo poema em que este teu lado solar está bem patente.
    Bjinho
    (Já tinha lido mas as festas da cidade e familiares cá por casa -e outros afetos-retiram-me tempo para a net.)

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  11. Construída de sol!! é assim que te vejo, brilhante poeta. Parabéns!!!

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