Hoje,
Vejo todos os frágeis
Com um tecido de sentires
Que vai além das
Palavras mortas
De glórias.
Vejo os frágeis
Que vestem a realidade
Na rearrumação
Do espaço dos sonhos,
Que não gritam a
vantagem
Bruta
De invasão e posse.
Existe uma fortaleza
Na fragilidade,
Com gosto honesto
Da sensibilidade
Que toca na dor
De dentro
E de fora.
Canto para quem sente
O desencanto
Do avesso
Da solidariedade.
Um travo
Na palavra molhada
Da indignação
De todas as
desigualdades.
Canto o silêncio
Da opressão
De todos os abandonos.
Canto sem música
No piano.
Um belo Noturno
Transcende
Todos os desenganos!...
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Do Google.
há os que voz não têm
ResponderExcluire são muitos...
há os que o silêncio
é um enorme grito...
e é audível.
e depois, há os que cantam
e o seu canto é acreditar (ainda)
na humanidade.
bem-haja, Amiga
gostei muito deste grito.
um beijo.
Se bem compreendo, tão belo poema ultrapassa a circunstância natalícia e a(s) fragilidade(s) piegas (e tantas vezes hipócritas) – “palavras mortas” - que pululam por toda a parte, nesta época, como manifestação de “glórias” passageiras, sejam elas literárias ou outras, para se inscrever no horizonte mais elevado da “fragilidade da condição”.
ResponderExcluirAssim o leio na “indignação perante todas as desigualdades” e no “silêncio da opressão de todos os abandonos”. Palavras vivas, portanto, palavras, que se não fora atrevimento meu, diria que “agridem e ferem” consciências instaladas e lágrimas postiças.
Poema de excelência, Suzete.
Grato pelo privilégio de poder ler.
Beijo, minha amiga
onde se lê "fragilidade da condição", deve ler-se: "fragilidade da condição humana"
ResponderExcluirMuita paz e saúde no natal e em todos os dias do ano! Que o verdadeiro sentido do amor seja presente em todos os momentos, sempre! Felicidade. Ives Vietro
ResponderExcluirCanto o silêncio
ResponderExcluirDa opressão
De todos os abandonos.
... Canto para quem sente
O desencanto.
Lindo e comovente um grito aos frágeis! E sempre haverá.
Minha querida Suzete, agradeço e retribuo teus votos à mim e minha família de um Natal feliz. Será, sim, dentro do que eu penso, do que almejo. Do dia o qual pretendo modificar, e que não ficará só num texto.
Agradeço pela tua presença, pela convivência tão carinhosa nesse ano que vai se fechando, mas voltarei para te desejar um 2017 cheio de realizações.
Beijo, querida.
Um poema muito oportuno nos tempos de egoísmo que correm...
ResponderExcluirSomos todos frágeis, mas uns, muito mais que outros e afinal...os direitos são de todos...
Gostei muito
beijinho
Minha querida e talentosa amiga, estou ausente da blogosfera mas meu coração permanece perto dos que me são caros. E venho desejar a você um abençoado Natal, a ser vivido com o real espírito da data, ao lado dos que lhe são queridos. E que tenha um iluminado ano novo, repleto de alegrias, de portas abertas, de realizações. Grande abraço!
ResponderExcluirQuerida amiga Marilene,
ExcluirQue surpresa maravilhosa a sua presença amiga e
palavras que tocaram o meu coração...
Sinto muita saudade da nossa partilha no caminhar
da poesia e escritos, a partilha entre blogs com
a preciosa partilha verdadeira que acrescenta com
a leitura atenciosa e comentários que possibilitam
ajudar na melhoria do execício e aprendizado da
escrita, sempre com a generosidade e gentileza do olhar
da amizade.
Você é uma Poeta, escritora e fotógrafa com um talento
raro, de uma sensibilidade, inspiração e originalidade
expressadas na excelência e beleza poética, minha amiga.
Tanto você e assim também a sua irmã Vera, são pessoas de
uma dignidade de alma visível com a coerência de palavras
e gestos éticos e humanos.
Meus votos de um feliz natal e também felizes todos
os dias com a vida que é um presente e a fonte de
aprendizado para você e família. Um ano novo na luz
da renovação e realizações dos seus sonhos de coração
de poeta!... Meus votos extensivo também a sua irmã Vera.
Beijo e grande abraço de paz!
Como se ao piano te nascesse o canto.Como se a fragilidade nos desse uma maior dimensão de humanidade. A tua escrita subleva-nos, de facto.
ResponderExcluirBem hajas, querida poetisa.
Beijo
Ainda que, na última estrofe, cantes, de forma sublime, este teu estado de desengano, de tristeza, sem música, este poema é, todo ele, uma melodia plena de sensibilidade, de sentimento e de arte poética.
ResponderExcluirPARABÉNS!!!
BJO, querida Suzete :)
E os frágeis... são cada vez mais, neste nosso mundo atribulado...
ResponderExcluirE se a primeira reacção do mundo é tentar esquecê-los, caberá a cada um de nós, tentar que sejam lembrados...
E você fez a sua parte, Suzete, neste sublime e tocante trabalho!
Adorei cada palavra!
Beijinho
Ana