sábado, 14 de novembro de 2015

Escalada










Um ponto intacto vibra numa incerteza!

Às vezes
escalo uma montanha acesa em mim;
noutras,
uma abrupta descida de musgo, solidão e espera, 
(áspero o corredor da saída).
Mas,
a vida me embala nos dias claros,
me adormece nos dias cinzentos...

Enigmaticamente,
se fez silêncio
             numa
             primavera de vento frio,
restando tu e eu
             flores crestadas do inverno...

Pequenos minutos
           mastigados
          de nada primaveril.

Nesta escalada
         nos desencontramos:
eu fiquei com
       teus olhos;
tu, com
      a minha boca...

      






Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)


Imagem: Obra de Andrew Astroshenko.





25 comentários:

  1. Li e reli o seu poema, porque é notável.
    Nenhuma palavra surge ao acaso e o final é de mestre.
    Parabéns pela excelência deste poema, brilhante.
    Bom domingo e boa semana, minha querida amiga Suzete.
    Um abraço.

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  2. Simbologias a respirar, entre linhas, colocadas por mão sabedora...
    Muito bem, Suzete!

    Uma boa semana :)

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  3. Simbologias a respirar, entre linhas, colocadas por mão sabedora...
    Muito bem, Suzete!

    Uma boa semana :)

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  4. Os altos e baixos do mundo interior. Tanto se sobe a montanha, como se desce ao raso chão da solidão. Um poema de como a nossa inconstância tem tanto a ver com o mundo exterior; o sol faz-nos acordar, os dias que parecem noite fazem-nos adormecer. Mas surpreendentemente pode acontecer uma escalada em que no "desencontro" se encontrem os olhos de alguém que nos faz aterrar em segurança.
    Belíssimo poema, Suzete!
    xx

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  5. O teu poema parece nos dizer que é a vida escrita, que se joga e se afirma em cada poema, tão bem traduzido na leitura de Laura. Parece-nos mostrar que há um sujeito que respira malgré a escalada.
    E pela materialidade do poema, depreende-se a procura do saber, do reconhecer-se, em suma, apreende-se a essência da vida, que é a eterna procura.
    Um belo poema, Suzete!

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  6. que o musgo se faça leito. macio...
    e os olhos sejam incêndio. no encontro das bocas...

    poema de uma sensualidade elegante e terna...

    gostei muito.

    beijo

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  7. OI SUZETE!
    E NESTES ALTOS E BAIXOS QUE SE SUCEDEM EM NOSSA ESCALADA O TURBILHÃO QUE NOS ENVOLVE E QUE DE MODO LINDO COLOCAS EM TEU TEXTO.
    ABRÇS
    -
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  8. Um poema de sensualidade na forma da eterna busca... a essência dos afectos. Os dias sim, os dias não, tal como primavera-inverno. Somos esse desassossego constante.

    Querida Suzete, sensibilizada pelas palavras deixadas em meu blog.
    Um beijo,

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  9. Um poema de sensualidade na forma da eterna busca... a essência dos afectos. Os dias sim, os dias não, tal como primavera-inverno. Somos esse desassossego constante.

    Querida Suzete, sensibilizada pelas palavras deixadas em meu blog.
    Um beijo,

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  10. É muito bom irmos escalando rua acima,rua abaixo,a escalada da vida!! Gostei das tuas palavras,muitos beijinhos,tudo de bom para ti,excelente mês de Novembro!! http://mundoteenagerofsophia.blogs.sapo.pt

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  11. Muito bom, Suzete, o seu poema.

    "Enigmaticamente,
    se fez silêncio
    numa
    primavera de vento frio,
    restando tu e eu
    flores crestadas do inverno..."

    Parabéns.
    Abraços

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  12. Que bonito: "Nesta escalada nos desencontramos: eu fiquei com teus olhos; tu, com
    a minha boca..." no todo, bela construção, Suzete. Abraços.

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  13. Escalada de nós mesmos...
    Bjbj Lisette.

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  14. O vento frio pode chegar quando esperamos o sol. Nos pega desprevenidos, nos altos e baixos dos sentimentos, da vida, das reflexões. Lê-lo nos permite adequar o instante ao que se possui dele mesmo. E até dos desencontros se guarda algo precioso. Não há fim. Belíssimo, Suzete! Sempre me encanta. Grande beijo!

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  15. Que poema, Suzete!
    Admirável como você externa sentimentos com tanta poesia.
    Não sou 'expert' na interpretação de poemas, mas endosso as palavras da amiga Laura, que, sob a minha ótica, fez uma leitura perfeita do poema..
    Um final majestoso.

    Beijo.

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  16. "Só que sobe à montanha toca o céu" dizia Miguel Torga.
    Gostei muito do poema.
    Um beijo.

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  17. Gostei imenso de reler o seu excelente poema.
    Fico à espera do próximo...
    Tenha um bom fim de semana, querida amiga Suzete.
    Abraço.

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  18. Lindo poema!!!!!!!!! Abençoado final de semana!!!!!!!!!!! Beijos

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  19. Suzete,
    és calada, tu própria o confessas, neste poema brilhante.
    Lançaste com mestria as cordas que levam ao cume.

    Bj

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  20. Gosto do valor semântico do termo "escalada".um ato de persistência, de desafio e de superação. Engrandece-nos. E ela faz-se, precisamente numa alternância de que o teu excelente poema é exemplo: alento, desalento ou vice-versa, ocorrendo , em ambos os estados, pausas para encontros e despedidas. Mas de tudo, fica algo dentro de nós...
    Magistral. pela carga imagética que dele emana, esta construção poética.
    Bjo, querida Suzete :)

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