Era o seu primeiro dia de aula. Uma menina loira, tímida e observadora, ao escutar a voz da professora: “Entre, querida”, percebeu que a sua voz transmitia carinho. Entrou sem hesitação.
Toda a sua resistência para sair de casa tinha diminuído, por não querer deixar as bonecas ausentes da mãe: – ela se sentia mãe das bonecas. Afinal, aquele local tinha seu encanto; uma professora gentil e algumas crianças assustadas, outras com lágrimas perduradas nos olhos e outras querendo brincar. Uma pegou na sua mão e lhe deu uma boneca sem cabeça. Pensou em recusar. Mas desistiu, e levou a boneca sem cabeça presa ao braço, como fazem as aves com seus filhotes debaixo das asas.
Ao observar uma menina bem triste no canto da sala, resolveu ficar com ela, amparada na sua tristeza de ser invisível para todos. Logo a professora chamou-a para perto e foi quando teve a ideia de levar a menina junto. Fez como a outra menina com ela, também pegou na sua mão e carregou para junto da professora. A diferença, é que não lhe presenteou com uma boneca sem cabeça.
No final, todas as meninas de mãos dadas, numa grande roda, com a professora cantando. Uma alegria contagiante. Como era gentil e alegre a professora! Mas não nasceu para o canto, e a musicalidade inexistente nela, com sua voz estridente e fora do compasso; distribuía carinhos nomeados (a cada criança), selando, assim, a harmonia do encontro.
Agora, deixava que a sua mãe lhe fizesse as tranças no cabelo, sem reclamar. Gostava de ir para escola, ficar naquela ciranda de afetos e brincadeiras. Procurava imaginar a voz estridente da professora, como um pássaro que cantava diferente. E diferente também era o seu amor para com todas as meninas: na sua sala não existia meninas tristes, todas tinham um sorriso que fazia barulhos no lugar das lágrimas perduradas.
Esta professora ficou desenhada no seu livro de colorir o universo, quando ele fica cinza. Ela era um pássaro que cantava diferente. A sua melodia mais importante era o amor que passava para cada menina, como o anel na brincadeira infantil, só que o anel era o Dia no compromisso da alegria de Ser Criança!...
Dedicado a Socorro Honório, minha primeira lição de amor fora de casa.
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Vladimir Vologov.
(Reedição).
(Reedição).
Linda,tocante homenagem...Essas cenas ficam em nós bem marcadas...Estou com uma netinha iniciando a escolinha, com 3 aninhos. Um amor! bjs, chica
ResponderExcluirBoa tarde!
ResponderExcluirComo sempre, um encanto de poema em prosa. AMEI!
Beijinhos
Confesso que não me lembro do 1.º dia em que entre na escola.
ResponderExcluirMas existe quem nunca se esqueça e marque na memória esse dia.
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* Mulher: A essência sem raça nem cor. *
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Deixando um abraço
Que texto encantador, e tocante!
ResponderExcluirE que belíssima homenagem, Suzete... a uma professora tão especial!
Quisera eu, ter tido mais professores assim... que soubessem dar lições de amor... do que das banais lições de cartilha...
Adorei cada palavra, Suzete!
Um beijinho grande! Continuação de uma boa semana!
Ana
O primeiro professor é muito importante para as crianças. Muitas coisas dependem disso...
ResponderExcluirGostei muito do seu texto, que é de amor.
Continuação de boa semana e uma Páscoa Feliz.
Um abraço.
Independentemente da publicação, que gostei:
ExcluirO Brincando com as palavras DESEJA-VOS: UMA SANTA E FELIZ PÁSCOA, EXTENSIVO AOS VOSSOS FAMILIARES E AMIGOS.
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Bjos com carinho e estima.
Li teu doce texto com sorriso nos lábios! Com sorriso porque fui ao mesmo tempo lembrando dos meus primeiros dias de aula, como eram diferentes, Suzete! Havia tanto carinho da professora, aliás, sempre tive, e não era a época das "tias". São recordações felizes que guardamos para sempre, veja a importância, hoje você conta com alegria e...gratidão!
ResponderExcluirAmiga... quanta diferença para hoje, hein? Não propriamente o problema com as professoras, mas com a estrutura toda, e principalmente com os pais e alunos que por qualquer motivo montam o barraco...
Belíssimo texto que gostei de ler, sempre há uma identificação.
Beijo e uma Feliz Páscoa pra você e sua família!
Uma homenagem muito bela e cheia de sensibilidade. Gostei tanto...
ResponderExcluirUma Páscoa feliz.
Um beijo.
Ah , minha amiga .
ResponderExcluirComo não se emocionar com um texto tão delicado como você .
Muito obrigada por dividir conosco esta maravilha .
Desejo a você sua família uma Páscoa abençoada .Beijos
Beijos
Belíssima postagem! Parabéns!
ResponderExcluirFELIZ PÁSCOA
Autor: Laerte Sílvio Tavares
Que a luz da ressurreição
De Cristo Nosso Senhor
Brilhe no teu coração
E se refrate em amor,
Permeando a tradição
De fé, a dar esplendor
Às festas pascoais que são
Frutos da Paixão e dor
Transformadas em alegria
De Madalena, Maria
E de toda a humanidade!
Feliz Páscoa, pela via
Do amor – nossa luz e guia
Na fé e na caridade!
Grande abraço. Laerte.
Linda e sentida homenagem.
ResponderExcluirSuzete, desejo-lhe uma Páscoa muito Feliz
Beijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Voltarei, querida amiga.
ResponderExcluirHoje vim deixar-te um bjinho doce e votos de um feliz domingo de Páscoa.
Amiga, hoje é Domingo de Páscoa!
ResponderExcluirPáscoa é a festa que celebra a Ressurreição de Jesus Cristo. Jesus venceu a dor e a morte, Ele vive! Páscoa, é Alegria!
Desejo a você que as felicitações, os abraços que você venha a receber nesta data, dos seus amigos, familiares, e de todos aqueles que amam você, se revertam em muita saúde,
paz e prosperidade.
FELIZ E ABENÇOADA PÁSCOA!
rss, eu também adoro chocolate, que loucura!!! O que fazer se carrego a criança dentro de mim ao entrar na páscoa?
ResponderExcluirUma linda páscoa pra você, também, como, coma... depois a gente dá um jeito! rs Aqui o dia está meio sombrio.
Beijos!
Vê- se logo que essa sensibilidade vem de longe , melhor, nesceu com esta menina loirinha ,atenta às todos os pormenores na fragilidade da sua insegurança ainda tão tênue ! Não admira que esta memória ainda perdure como um marco para a definir , para nos mostrar a sua beleza , Susete!
ResponderExcluirFeliz Páscoa
Mil Bjis pela sua gentileza de sempre que retribuo !❤️💐💐🌷
Para o quatro cantos do Mundo : PÁSCOA FELIZ.
ResponderExcluirBeijinhos e um doce, e feliz dia de Páscoa.
pequenos/grandes gestos que marcam um carácter.
ResponderExcluirgostei muito, Suzete,
por vezes é indispensável descer a seiva para os ramos permaneçam acolhedores.
beijo, minha Amiga
Vim ver o longe onde ficam algumas Páscoas Suzete e tal como tu-menina, sempre com a esperança não esteja só no verde dos olhos!
ResponderExcluirQue a Tua Páscoa tenha sido doce. Como tu!
Beijinho grande!
Nada a acrescentar nesta homenagem, Su! O texto é de uma delicadeza a toda prova. Quando se recebe amor desde os primeiros anos de vida, dá-se amor a vida inteira!
ResponderExcluirBeijos,
Um texto que sublinho ternamente. O primeiro dia de aulas poderá ser uma conquista segura. E a felicidade refletida nos olhos das crianças poderá constituir o maior desafio do professor.
ResponderExcluirQuerida Suzete, felicito-te. Semeias alegria no meu coração.
Beijos, amiga.
Suzete esta belíssima crônica mexe com os sentimentos de quem teve os seus primeiros dias de escola e, mais ainda de que levou os seus filhos nesse início tão difícil e por vezes amedrontador. Lembro-me de meu início na escola até os dias de hoje, com o que tinha de misterioso e de medo. Também lembro de quando, Taís e eu, levamos os nossos dois filhos para esse mergulho fora do lar. Não foi fácil para nenhum dos dois, mas com o tempo e com a compreensão e carinho das professoras adaptaram-se e passaram a gostar muito da escola. Tudo mais ou menos com está escrito neste trecho e tua crônica:
ResponderExcluir"Agora, deixava que a sua mãe lhe fizesse as tranças no cabelo, sem reclamar. Gostava de ir para escola, ficar naquela ciranda de afetos e brincadeiras. Procurava imaginar a voz estridente da professora, como um pássaro que cantava diferente. E diferente também era o seu amor para com todas as meninas: na sua sala não existia meninas tristes, todas tinham um sorriso que fazia barulhos no lugar das lágrimas perduradas."
Parabéns querida Suzete.
Beijo.
Pedro
Sempre uma delícia ler-te, mesmo sendo uma reedição...
ResponderExcluirBjinho, querida amiga