Eu não sei jogar.
Deixo aos grandes
jogadores,
Com o seu tabuleiro de vida
Em xadrez,
Que eles façam as
suas apostas.
Eu não sei jogar,
O meu olhar é muito
transparente
E as verdades pulam
dele
No mergulho do profundo nada .
Eu não sei jogar,
As minhas mãos permanecem limpas.
A limpidez da palavra
consciência
Cabe nela, como uma
faça
Corta ao meio o
desvio....
Eu não sei jogar,
Artifícios e
armadilhas
Que me fizeram,
Ficaram desativados,
Como obstáculo nulo.
Eu não sei jogar,
A competição me provoca náuseas.
Gosto de sentir somente o ruflar
Das borboletas coloridas que guardo dentro de mim.
Solto-as no quarto escuro das ilusões
E elas trazem o meu sorriso de volta...
Não sei jogar,
Todos os meus sonhos me
pertencem
E cabem nos meus olhos de viajante.
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Vladimir Volegov.
Suzete, querida!
ResponderExcluirEste seu Poema é de uma grandiosidade admirável, a
vontade é de não parar de ler, pois a cada leitura
eu aprecio a sua essência de Ser Viajante e viajo também...
Através do seu sentir poético, reencontro o meu sentir
de Ser Viajante e ter negado continuo a negar a ser
jogador, me declaro inapto a qualquer jogo, não tenho
a sua sublime sensibilidade poética em mim, não existe
as borboletas coloridas a iluminar o meu quarto escuro
das ilusões, tenho que processar nestes meus olhos
cansados da idade, um estado de alma taoista que fui
adquirindo na vida, com muita porrada desses "grandes
jogadores" que adoram a competição.
Agora com este seu Poema, me sinto representado na vida,
Sou também um Ser viajante:
"Não sei jogar,
Todos os meus sonhos me pertencem
E cabem nos meus olhos de viajante."
Muito obrigado, querida por este momento
que você me proporcionou!
Você é uma Poetisa grandiosa, luminosa e sábia.
Abraço de admiração.
Felipe.
Querido Felipe,
ExcluirPrimeiro agradecer a Narinha, por te sido a
ponte de você chegar aqui.
Sinto-me tão privilegiada com a sua presença
em leitura, olhar, atenção e bela apreciação
do que eu escrevo, acrescentada com a sua generosidade
que me emociona sempre!...
Fico feliz de fazer parte do mesmo grupo de humanos
em que você pertence, um Ser Viajante com os seus
próprios sonhos e o sublime na alma.
Muito obrigada, Felipe!!!
Por gentileza, não deixa de viajar por aqui,
preciso dos seus olhos taoistas pousando no
que eu escrevo...rss
Abraço enorme de gratidão!
Su.
A viagem da autenticidade...
ResponderExcluirQue o teu caminho seja reconfortante, Suzete!
Um beijinho :)
Límpida e louvável forma de caminhar. Nesse tabuleiro chamado vida, onde muitos se perdem em blefes, fica difícil encontrar a autenticidade. Passar ao largo dele é ato de sabedoria. Que você assim é, fica transparente em seus escritos e seus versos ficaram lindos. Grande beijo, Suzete!
ResponderExcluirSuzete
ResponderExcluirEu também não sei jogar...e sabes que mais? Acho que é uma grande virtude!
Beijinho
Boa tarde Suzete.
ResponderExcluirQue lindíssimo poema, me prendeu no começo ao fim, eu também não sei jogar, para ser ainda mais sincera nem sei direito lidar com jogadores[as] na vida. Admiro muito as pessoas verdadeiras, transparentes. Uma abençoada semana. Abraços.
Sempre me encanta ler tua poesia. A beleza da transparência, o ser-se no olhar, na caminhada solta, nos gestos abertos. Mais um passo na identificação ? (rsrsrs)
ResponderExcluirAdmiro tua inspiração ao escrever em jeito de poema. Arte nobre. Nada fácil.
Sensibilizada pela presença sempre terna em 'fragmentos'.
Uma linda semana!
Beijinhos
A imagem (Linda!) me remete para Michelle Pfeiffer. Actriz que admiro. Me engano?
ResponderExcluirBeijo
A imagem (Linda!) me remete para Michelle Pfeiffer. Actriz que admiro. Me engano?
ResponderExcluirBeijo
saber jogar depende de quem joga, mas tu sabes sonhar e isso é tudo para a tua alma de Poeta
ResponderExcluirboa semana e boa inspiração
beijo
:)
Boa noite Suzete.
ResponderExcluirLinda obra, me vi em tuas linhas... O melhor de não saber jogar é que vivemos de forma mais verdadeira, mesmo nos enganos, sempre doamos a pureza do nosso sentir.
Lindo aforismo em versos, parabéns!
Meu carinho mais doce e gratidão pelo acesso, lu.
O mundo do sonho real é um caminho feito de abertura, de transparência, e de uma profundidade carregada de leveza, em que a consciência não pesa, porque o avisado viajante sabe que não deve viajar com muito peso. ..;-) O calculismo, o jogo de ganhos e perdas, o disfarce, ficam para quem fica sentado, congeminando suas jogadas rasteiras.
ResponderExcluirO "tabuleiro da vida" existe, a diferença está sempre entre querer jogá-lo ou não. A quem gosta de lançar "artifícios e armadilhas" que os deixemos a jogar sozinhos. Pode ser que um dia decidam entrar em competição apenas com eles próprios.
Um poema soberbo, Suzete. Sobre a necessidade de autenticidade, que só pode ser atingida na verdade e na transparência. E o lado ético que isso implica.
xx
"Não sei jogar,
ResponderExcluirTodos os meus sonhos me pertencem
E cabem nos meus olhos de viajante."
E como é bom que assim seja, Suzete. Há uma liberdade infinita, um palmilhar sereno, de cabeça erguida e sempre com as contas em dia!
Nada paga a nossa independência, seja ela de que natureza for. Infelizmente, há cada vez menos essa possibilidade, sobretudo entre os jovens. A competitividade é feroz e, quantas vezes, têm que se subjugar e fazer aquilo que não gostariam. Por isso destaquei os 3 últimos versos...
Excelente trabalho poético sobre uma realidade que, quantas vezes, atrofia os sonhos de quem gostaria de os concretizar por mérito próprio.
Bjo :)
Suzete , desde menina nunca soube jogar . A autenticidade tem seu preço mas é tão leve , concorda ? Adorei o poema , como sempre . Beijos
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