A Cópia - O Destino da Sombra -
Formas
a sombra que escurece
com os teus passos
ligeiros
correndo pela
curiosidade vazia
silenciosamente
morta
num mero engano
do nada.
Presentificando
o fantasma
na espreita
do roubo
das idéias.
Sombra
sempre será o teu destino
esquecida
num traço
ultrapassado
pela mediocridade
da cópia.
Quando de repente
quiseres sentir o que te move
encontrarás o eco da tua
alma criadora
em luz
presença única.
E os dias de sombra
ficarão no passado
quando desconhecias
a inspiração.
"Ah, milhares de pessoas não tem coragem
de pelo menos prolongar-se e um pouco mais
nessa coisa desconhecida que é sentir-se,
e preferem a mediocridade." Clarice Lispector.
"Ah, milhares de pessoas não tem coragem
de pelo menos prolongar-se e um pouco mais
nessa coisa desconhecida que é sentir-se,
e preferem a mediocridade." Clarice Lispector.
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem Foto de Celso Rubens Vieira e Silva.
Partilha: O valor do original (O autor) tem uma legitimidade que nenhuma
cópia (sombra) alcançará.
Na singularidade, encontra-se a riqueza da multiplicidade da arte.
Partilha: O valor do original (O autor) tem uma legitimidade que nenhuma
cópia (sombra) alcançará.
Na singularidade, encontra-se a riqueza da multiplicidade da arte.
Poema Julho de 2013.
Belíssimo poema, Suzete. Gostei muito do conteúdo e da forma. Parabéns, minha amiga poetisa.
ResponderExcluirAbraço.
Pedro.
Há que séculos não entrava na tenda de encanto
ResponderExcluironde existe um piano a soltar fonemas de espanto...
Ora, Suzette, fazes um retrato perfeito de gente de vício.
Não é defeito é feitio, esse de vacilar ao jeito do vento, colado a uma estrela simulando veneração, submissão, quando, na verdade, espera apenas a oportunidade de se apropriar do alheio.
Curiosamente, a encenação gráfica do excelente poema está feita num movimento oscilatório que denuncia, melhor, a tratante sombra.
Bj
Oi, Suzete, interessantíssimo! A sombra... que criação! E nunca me preocupei com ela apesar de suas perseguições fantasmagóricas... rs
ResponderExcluirMuito bom, bota criação nisso.
Beijo, querida amiga.
Esse é mesmo o destino de todas as sombras... correr atrás de outros... sem nunca ter uma direcção própria...
ResponderExcluirInfelizmente aqui na Net já me confrontei com algumas... por pura inveja de conteúdos... parodiando o conteúdo dos meus posts... outro caso, produzindo conteúdo bem idêntico no espaço de poucas horas, para desvalorizar temas, escolhas... enfim... para desmerecer a origem do mesmo...
Adorei a brilhante abordagem do tema, em imagem e palavras, na forma deste magnífico poema, Suzete!
Beijinhos! Continuação de uma boa semana!
Ana
Suzete
ResponderExcluirque bela definição da sombra que neste caso pode ser entendida de tanta maneira
pessoas que vivem na sombra de outros
pessoas que vivem da sombra de outros
pessoas que nunca serão sombra de nenhuma sombra
muito oportuno
gostei!
beijinhos
:)
valorizo a citação de Clarice Lispector, que em minha leitura, esclarece o sentido do belo poema.
ResponderExcluirtrata-se de meu ponto de vista de um incitamento (não importa se datado) a quem (alguém) não tem "coragem de prolongar-se" nessa coisa "que é sentir-se" e, por isso,destinado "à mediocridade" (mera cópia, ou sombra de outros) ou seja, sem a singularidade de "alma criadora/em luz/de presença única", que a autora, generosamente, busca instigar pelo exercício da palavra Poética (no caso quase diria "profética").
beijo
Um lindo poema, Suzete, para uma triste realidade.
ResponderExcluirA vida do poeta
ResponderExcluirtem um outro ritmo
na fragilidade desse mundo
eu vivo
E sou sombra de mim própria
onde o silêncio sopra
E as rosas se desfolham
E sua sombra
num final feliz
A vai deixar brilhar
E seu poema me encantou
tão diferente e tão belo!
Maria Luísa
Oi, Suzete,
ResponderExcluirSombra e nada mais. Gostei da disposição gráfica do poema para denunciar essa dura realidade, essa engenharia de enganos.
Abraço afetuoso,
É bom, de quando em vez (não convém ficarmos demasiado obcecados) enxotar, para longe, aquilo que nos perturba, qual parasita a viver do esforço alheio.
ResponderExcluirMuito bem, Suzete!
Um beijinho :)
Muito bem estruturado este teu poema para "enformar" a mensagem, Suzete.
ResponderExcluirSempre gostei de fazer algo à minha maneira, nos diversos campos da minha atividade, mesmo após o boom da internet. No campo das artes, então é abominável; contudo, não raro é haver gente que chega a publicar obras em que o plágio é nítido, pois as editoras (sobretudo as mais pequenas, não fazem qualquer filtro). Então, nas redes sociais e, acredito, blogues é o pão nosso de cada dia.
Resta a consciência de cada um.
BJo, querida :)