Ela com as mãos carregava as pedras do caminho, enquanto a
mente se esvaziava de algum lixo implantado. A sua respiração completa sem
corda bamba equilibrava os dias no meio fio das ruas distantes da sua casa.
Procurava olhar o céu
junto com a terra à espera do mar, que sempre transforma os elétrons da
vertigem dos enganos.
Ela deixava as nuanças
das cores da vida no seu coração de criança, que sempre dava corda no seu
relógio de pulsações.
Cada instante é uma
nova vida com uma palavra nascida no poema vazio.
Ela possuía nas mãos o
vazio que cresceu do poema, e plantou uma roseira das raízes do seu silêncio.
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Daniel Gerhartz.
Um texto impressionante.
ResponderExcluirOnde a poesia é elevada muito acima do vazio... até ao céu...
Excelente, minha querida amiga. Vc encanta-me sempre.
Suzete, tem um bom resto de semana.
Beijo.
Minha querida Suzete,
ResponderExcluirA poesia é sempre o encanto acenando na ondulação do seu canto.
E lá vamos viajando no relógio do tempo e da sua poesia E volto já antes que a maré do silêncio me alcane novamente.
Abraços,
claro que haverá raízes fundas para o silêncio
ResponderExcluirporventura razões que a própria razão desconhece.
deixemos por isso que o silêncio germine em belas e perfumadas rosas, ou seja, que a claridade e vibração de sua expressão literária tenham sempre este fulgor e este encantamento.
beijo
beijo
Por isso saem dela poemas perfumados, plenos de substância...
ResponderExcluirUm beijinho, Suzete :)
Belas metáforas
ResponderExcluirRosa
Bj
Ela não referia nomes, nem datas, nem lugares. Deixava apenas que o silêncio lhe desvendasse a alma...
ResponderExcluirMuito belo, minha Amiga Suzete!
Um beijo.
Suzete
ResponderExcluirela buscou e consegui o equilíbrio
e não importa se foi ou não silêncio
muito belo isto
boa semana.
beijo
:)
Quantos silêncios cabem dentro de nós?
ResponderExcluirNo meu eu, confesso, cabem muitos.
Tantas vezes calamos sentimentos. Plantar uma roseira nas suas raízes é ter a capacidade de colocar poesia nos dias.
Um abraço
Sônia
Poeta, crias e dizes tão bem as emoções que o melhor era ficar eu mudo. Mesmo assim, atrevo-me escrever que
ResponderExcluirVale a pena
essa magia.
Do vazio fazer
uma flor,
o mesmo é dizer,
sopradas as palavras
- inertes - animam-se
em bela poesia.
Bj.
Como já me lês há bastante tempo, sabes que gosto muito de uma boa prosa poética, na qual se deixa o leitor a encontrar a sua própria mensagem, isto é, diz-se sem se dizer :)
ResponderExcluirE este "Ela" é tão só um eu poético que incorpora o alter ego do próprio autor, no melhor dos sentidos. Este género de escrita revela também sagacidade e inteligência no processo narrativo.
Muito bom, minha amiga!!!
BJO :)