Às vezes tem dias assim,
que nos consomem sem existência...
Uma sensação profunda de estranheza,
um esforço em busca de beleza
que está ao nosso alcance:
o cheiro da chuva,
a dança das folhas ao vento,
o som do mar sobre as pedras em explosão.
E retorno para o início:
onde a estranheza, na sua pequenez
tornou-se liquida
lacrimosa
num sentir
rendido
pela contemplação da vida
na sua beleza maior.
Às vezes tem dias assim,
pintados de tristeza...
Mas, abrindo a janela para a natureza;
todas as cores iluminam
um novo sentir,
refeito de vida que pulsa
a música
do ritmo
de cada dia...
Às vezes tem dias assim,
cansados na rotina;
pessoas,
tarefas,
notícias.
Mas nunca canso
de abrir a minha janela à natureza,
com as minhas asas abertas
voar neste sentir,
que me ressuscita.
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem do Google
(reedição)
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(reedição)
Temos mesmo dias assim, mas a renovação acontece,ainda bem! bjs praianos,chica
ResponderExcluirFascinante forma de fazer poesia. Adorei :))
ResponderExcluirHoje:- Teus lábios querem devorar-me...
.
Bjos
Resto de uma boa Quinta-Feira
Se há dias assim, Suzete, e quantos!
ResponderExcluirE todas as emoções referidas se vão querendo instalar, devagarinho, sem acordar o ninho da alma. E há dias em que a própria natureza está em consonância com com o que sentimos. E o que vemos, embora cheio de luz, é sombra que se apega ao nosso olhar.
Mas há outros dias em que no silêncio de nós, olhamos o que nos rodeia, e tudo nos fala, fazendo cantar música como este fantástico poema, e nasce outra melodia que no obriga a restaurar a alegria.
Há dias assim!
Beijinho grande! **
"Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu", é a roda vida de que nos fala o grande Chico. O poeta que se abre para as grandes ou pequenas dores.
ResponderExcluirÉ tão bom saber que você tem uma abertura inviolável, que é a sua janela, donde você pode respirar ou escutar a sua voz "perdida" por um momento...
Um beijo grande, minha amiga!
Divino!! Amei
ResponderExcluirBeijos-Boa noite
Suzete , incrível como temos sintonia .
ResponderExcluirNão sou poeta , como você , mas hoje , no poema de Mia Couto que postei , ele descreve como há dias assim .
Viajantes de fevereiro , não é mesmo ?
Beijos
Às vezes tem dias assim... A repetição em cada verso ficou lindo. Sempre tem dias assim, e chegam sem nos darmos conta pois não são raros. Fazem parte da rotina. Dias de melancolia, dias de tristeza, de saudade, de nossas indagações, e de felicidade - é claro. Dias mais introspectivos ou de euforia. E assim é a vida, sem muita constância, sem nada programado. Mas só pelo fato de estarmos ainda vivos, de poder olhar a vida e conviver com ela plenamente, diria que mesmo com dias assim, assim... vale a pena! E às vezes me pergunto onde está o sentido de tudo, se algum dia tudo vai parar pra mim? pra nós? 'Às vezes eu tenho dias assim'...Belo poema!
ResponderExcluirUm beijo, Suzete, um ótimo fim de semana!
As janelas resolvem muitos problemas, nomeadamente quando estamos em baixo...
ResponderExcluirParabéns pelo poema, é magnífico.
Bom fim de semana, amiga Suzete.
Beijo.
há dias assim, de facto - dias do avesso!
ResponderExcluirmas há sempre no fundo tristeza uma janela disponível que se oferece à evasão e à fantasia. e então novamente o voo se abre e a "vida ressuscita"...
subtil vibração a deste poema tão belo, minha amiga
beijo
O teu belo poema diz tudo: apresenta a perturbação e o remédio, (numa construção dicotómica): quando algo nos perturba, sem que haja um forte motivo, há que olhar para lá do fechamento da alma.
ResponderExcluirBjinho, querida amiga :)
E o poema é janela a abrir horizontes poéticos - belos e infindos.
ResponderExcluirMais uma leitura que enche o peito. Como uma felicidade latente.
Beijinhos, minha amiga.
Um poema lindíssimo... que eu já fui anotando... no meu caderninho de destaques... pois tem ainda por aqui, um monte de imagens de borboletas, para sair... :-D
ResponderExcluirAdorei cada palavra... para ler e reler!...
Beijinhos
Ana