domingo, 27 de maio de 2018

Canto aos Frágeis







Hoje,
Vejo todos os frágeis
Com um tecido de sentires
Que vai além das
Palavras mortas
De glórias.

Vejo os frágeis
Que vestem a realidade
Na rearrumação
Do espaço dos sonhos,
Que não gritam a vantagem
Bruta
De invasão e posse.

Existe uma fortaleza
Na fragilidade,
Com gosto honesto
Da sensibilidade
Que toca na dor
De dentro
E de fora.

Canto para quem sente
O desencanto
Do avesso
Da solidariedade.
Um travo
Na palavra molhada
Da indignação
De todas as desigualdades.
Canto o silêncio
Da opressão
De todos os abandonos.

Canto sem música
No piano.
Um belo Noturno
Transcende
Todos os desenganos!...



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)



(Reedição)

sexta-feira, 18 de maio de 2018

A Casa-Palavra




Resultado de imagem para imagem de pintura de ingrid tusell



Germinam em mim
Palavras colhidas,
Suavemente
Retidas
Para uma dança
De sentires.

Como raízes
Ficam
Ecoando
A sua essencialidade perene...

Os olhos à espera
No toque mágico
Das palavras,
No seu transporte de eternidades!


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Ingrid Tusell


quarta-feira, 9 de maio de 2018

O Piano Toca Saudade da Minha Mãe



Resultado de imagem para imagem de pintura de elizabeth gadd


Já vem eu, mãe, com a minha tecla do piano repetida de minha eterna saudade de ti. Ultimamente o tempo se encontra tão árido, os caminhos cheios de pedregulhos e a minha sensibilidade toca o tecido da desproteção (quando a minha emoção estrangulada pelo peso das horas com cargas especificas), o choro não é acompanhado pelo teu sentir premonitório, que sempre se antecipava com aquele teu olhar imponente de certezas de mãe...

Esta minha pura, intensa e desfolhada saudade caminha pelos campos do teu olhar protetor, da tua gargalhada contagiante e das pétalas de sabedoria do teu jardim de palavras e silêncios! ...

Fico aqui no meu silêncio transbordante de ti, mãe!


Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Fotografia de Elizabeth Gadd.