sábado, 5 de abril de 2014

Explosão











   Nuvem

  Levando

 Todo o desengano

 Transparência empoeirada

 Pela eloquência

 Atormentada.


Facilmente

Feridas se abrem

Jorrando

A dor adormecida.

Escurece:

O horizonte distante,

Permanece.


Gestos

Calam doces palavras

Passos que se perdem

No eco

Do nada.



Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)


Imagem: Obra de Jiang Guofang.




13 comentários:

  1. um escurecimento interior implode
    ("diz-me das palavras elevadas seu erro-engano)
    uma rasura que escorre, por entre o verso
    ("vozes perdidas, quase eco, quase nada")

    Dizem que o lastro de uma explosão é transparente,
    nunca o é para quem a ele se expõe.

    Bjo.

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  2. Ao menos que o vento ajude a levar todo o desengano, mesmo que deixando feridas abertas. Essas feridas fecharão lentamente com o afastamento dos passos que se perdem quando de vez escurecer.
    O eco do nada produzirá uma explosão de serenidade.
    Às vezes faltam-me palavras para comentar, porque nem sei se entendi bem o poema...:-)
    xx

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  3. Querida Su!

    Que poema enigmático,profundo e muito belo...

    Sempre assim é a tua poesia,um mar de beleza, mistério

    e simplicidade (sabedoria).

    Vejo aqui,retratada de forma poética magistral a explosão humana,

    quando se perde o equilíbrio,o descontrole verbal e gestual.

    Quando a máscara caiu e sabemos de quem se trata e

    o melhor é não deixar ecoar em nós e ficamos na nossa paz...

    Que bela imagem escolhida, que expressa a serenidade...

    Sou fã da tua poesia e do teu espaço de arte,querida amiga!!!

    Beijos e abraço na tua alma luminosa.

    Nara.

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  4. Olá Suzete!

    Palavras imensas, profundas, onde a desesperança se instá-la como ferida aberta.
    Creio que as palavras doces dos poetas nunca se perderão, neste ruído de fundo que nos atormenta cristalizando as emoções mais sublimes. O eco subsistirá sim! E todas as palavras deixarão pegadas...
    Lindíssimo o teu sentir e a forma como o expressas....

    Beijinho Suzete!

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  5. Nostálgico e belo.
    Quantas vezes eu sinto que os meus passos se perdem no eco do nada...
    Beijinhos
    Maria

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  6. Primeiro diz-se ou age-se sem pensar, magoando, propositadamente, muitas vezes; apesar de ser hábito dizer-se "palavras leva-as o vento". Antes, deixam a sua marca, parecendo que até o próprio horizonte se entristece, solidarizando-se.
    Tudo seria bem mais harmonioso se a ideia contida em
    "os Gestos
    Calam doces palavras", fosse contrariada por quem faz dela o seu modo de agir.
    (Na explosão visível há uma implosão invisível)

    Mas sei que tua doce sensibilidade ainda acredita em outra forma relacional entre o ser humano... E eu também o quero crer...
    Como sempre, adorei ler-te.
    BJO; querida Suzete :)


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  7. Há feridas que levam tempo a fechar...
    Magnífico poema, gostei.
    Suzete, tem uma boa semana.
    Beijos.

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  8. Uma explosão com eco que nos liberta para a criatividade da autora.
    bj

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  9. Tem hora que é preciso explodir mesmo, Suzete, não há outro jeito...
    Gostei muito do poema.

    Beijinho.

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  10. Um poema cheio de mistérios que traduzem angústia e sonhos que não se completam. Foi assim que vi, querida Suzete.

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  11. Como explosão
    A verdade vem á tona da água
    Apodrece…
    Antes os olhos não viam a verdade
    Como peneira que tapava
    (assim eram, doces-amargas palavras)
    Que agora na verdade são nada…

    Uma desilusão, uma mascara caída

    Sempre bom ler-te,
    Amiga

    Beijinho

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  12. .Esta explosão ecoa com a qualidade a que já nos habituaste, querida poetisa.
    Beijinho grande.

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  13. Belas são as suas palavras.

    anavi
    filhadejose.blogspot.com

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