sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Terei Sempre que Amar as Pedras?




   


    
Penso que cada vez mais
        Tenho que ser pedra.
Aspereza e dureza para lidar
Com o mundo lixa...

Repenso e só sinto
       A rosa delicada e perfumada,
Que imprime a essência da minha
Natureza em gotículas de choro
Por todos os arranhões sofridos...
Mesmo assim, não posso ser pedra:
Falta-me frieza suficiente
Para atos insanos e grosseiros;
Não tenho a dureza do racional
Que não se emociona,
Que não tem a sensibilidade à flor da pele...

Prefiro os meus arranhões
E a minha alma leve, leve e solta
E a minha emoção livre
Para sentir a luz do sol
Para tocar a lua com a minha poesia
Para amar
Sim, amar as pedras...

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
         

6 comentários:

  1. O tempo esculpe a pedra, e da poesia as suas formas! E que formas lindas pode um coração doar as pedras, e que dirá as palavras mais sensíveis e cheias de encanto! abraços, a sua poesia é divina!

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  2. A tua poesia toca a lua, toca a alma e a dureza da vida. Na dureza da pedra deixas o perfume de uma rosa delicada.

    Como eu gosto de te ler, grande poetisa!
    Mil beijos.

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  3. O mundo petrifica-se
    Ergue-se “em monumentos ásperos “

    Mas antes ser jardim de rosas colhidas
    Do que o frio gélido de almas de pedra.
    Sentir a vida, a beleza
    Numa simples pedra.
    (entendo-te)
    Ter lágrimas, mas sentir…

    Esta tua reflexão-poesia demonstra a beleza do
    Ser que és, da poetisa que és!
    Espírito forte, mas sensível como as pétalas…

    Adorei!!!

    Beijinho, amiga

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  4. Num dado momento (quando acumulados se mostram suficientes momentos)
    Numa precisa hora (quando transbordantes se mostram acumulados momentos)

    Num exacto instante ....

    O mundo suspende-se sem movimento
    O pensamento detém-se numa única percepção

    Triste....

    Dizem que a inocência só se perde uma vez...

    Eu digo que não,
    Nós poetas não.

    Bjo.

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  5. O segredo, é variar a dureza entre a maciez do algodão e a frieza da pedra, conforme as situações e as circunstâncias. Porque não devemos ser sempre os mesmo perante as diferenças.
    Magnífico poema, gostei muito.
    Suzete, tem um boa semana.
    Beijo.

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  6. Suzete,
    A começar pelo Título, este teu poema é lindo, lindíssimo!
    A tua fala refletindo o teu sentir em relação a rudeza do mundo "lixa", lembra as palavras de Guevara ao dizer: "Há que endurecer, porém, sem perder a ternura jamais". Se perder a ternura, vira pedra também. Há que se manter o difícil equilíbrio entre estímulo e resposta, e procurar manter a alma leve, solta, equilibrada pela catarse poética, como fazes tão belamente através de teus escritos.
    Obrigado por compartilhar com todos esta jóia de poema.
    Beijos.

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