sexta-feira, 26 de abril de 2013

O Grande Sertão Vestido da Miséria e Desolação...



 





                         

                      Vi na tela:

                          Impregnada na minha retina,

                     Rachados

                O chão,

            A face,

                  E a esperança do nordestino.

              Vi além da tela

                   A minha dor de ver,

               A cratera da morte

                    Cristalizada em restos de animais,

     Estampando

         O horror do fim,

             O abandono em preto e branco

             De dias ensolarados,

             Em escuras noites de sofrimento.

 E os políticos?

Assombram nas eleições,

       Vestidos de cordeiros
           
         (Com o braseiro infernal)

              Queimando os sonhos,

                  Os direitos e a dignidade

                 Dos dias inteiros,

                Do suor do trabalhador,

               E da página em branco

                   Do dia de descanso?

                  Daqueles que honram os seus nomes...


          É muito triste

         Não se ter feito nada,

        Com todas as mortes anunciadas,

        E um sertão morrendo

                                     Morrendo

                                                   Morrendo

       E o mundo em movimento,

      Os políticos sorrindo

     Vestindo terno e gravata,

         De dias agendados na inutilidade

                           E na rapidez dos seus cofres ilícitos enriquecidos...

    E o sertão vestido da

                       Miséria

                                  E desolação...


    A chuva teimosamente

    Não honra

                Aquela terra

    De raízes profundas:

   De dores

           Historias

                      E cultura.

   O sol rei,

   Que inscreve na terra

   A sua força soberana,

 Poderia tirar umas férias mundana:

   Uma permuta no pólo norte,

   E a chuva invadir o sertão,

 Renascendo as cores,

                     As vidas,

  A natureza expandida

                   Numa força

  Que harmoniosamente

                Cede para a luz...


   Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)



11 comentários:

  1. A poesia não se pode alhear do que a rodeia.
    Muito bem, Suzete!

    Beijo :)

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  2. Que tristeza não?! E pensar que os nordestinos, muitas vezes, são joguetes de politicos! abraços

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  3. Os políticos são assim por todo o lado.
    Preocupam-se em governar para ganhar eleições.
    As excepções são raras...
    Excelente poema, gostei muito. Um grito poético bem intenso.
    Querida amiga Susete, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

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  4. verso-intervenção

    Decaído

    Rachado

    sobre o chão,

    Como rosto e olhar,


    Bjo.

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  5. Oi Suzete querida


    Infelizmente existem alguns cantinhos desse nosso Brasil que só são lembrados nas épocas de eleição mesmo...

    Lindo poema...

    Beijos
    Ani

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  6. Meus olhos vêem a dor árida
    Reflectida em minha alma
    Caem lágrimas
    (ninguém vê…)
    Em prece chamo a luz.

    Um poema desolação…
    De grito.

    Tua poesia, sempre demonstra humanidade, de humano com alma :)
    Assim és.

    Sempre um prazer, ler-te amiga!

    Beijinhos grandes


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  7. Reli o teu magnífico poema e voltei a gostar muito.
    Querida amiga Suzete, tem uma boa semana.
    Beijos.

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  8. POEMA/FORÇA
    POEMA/RAIVA
    POEMA/FRUSTRAÇÃO
    POEMA/DOR...

    O grito em verso mudo vertido! Tocante, querida amiga.

    BJo, Suzete

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  9. Os políticos...?
    Mesmo os bem intencionados e competentes, estão nas mãos do capital. A alta finança põe e dispõe...
    Magnífico poema, é um GRITO à surdez de quem deixa alastrar a pobreza...
    Um beijo, minha querida amiga Suzete.

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  10. Hoje vim agradecer à você que está do outro lado da telinha, por todas as vezes que carinhosamente esteve no meu cantinho e por todos os comentários delicados que me deixou. Também vim te desejar uma sexta-feira cheia de amor e felicidade.

    Beijos
    Ani

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  11. Cada verso teu é um grito de revolta, é a voz de quem não a tem.
    Mesmo assim não abandonas a luz, a esperança e a harmonia da poesia.
    Parabéns, querida amiga.
    Grande beijo de amizade e admiração.

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