quarta-feira, 20 de abril de 2016

Meu Grito Mudo Sobre a Violência...






Uma lâmina cortante dos minutos de inútil espera;
as palavras abortadas em sangue de uma liberdade roubada;
a violência gritada e anunciada como justiça pelo avesso,
e um refletor a exaltar a ignomínia dos torturadores.

A palavra despida de serenidade, a boiar na poça,
a lama deles refletindo no espaço
as partículas em desordem pela supressão democrática
de uma história perdida pelas ruas e avenidas da vida;
no céu escuro e claro de verdades e mentiras.
Mas o olhar sublime da consciência veste sempre
a alma pura e libertária de um coração valente...

Os covardes sempre gritam no belo circo,
com as suas máscaras coladas pelas suas ideias
tão envelhecidas,  retroalimentadas
e transvestidas de princípios morais de pura
violência em censurar a Liberdade!... 

O meu grito é mudo, inoperante e inofensivo:
São palavras sangradas
de uma poesia que não muda o mundo.





Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)





28 comentários:

  1. Poema insubmisso!
    lâmina cortante a dissecar a ignomínia!
    e a zurzir os cobardes.

    grito mudo? não sei, não.
    palavras sangradas que não se rendem...

    enorme poema.

    beijo

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  2. Lindíssimo!
    Emocionante,
    Irreverente, e acima de tudo,
    Ou sob tudo
    Revolucionário!!!(na melhor acepção do termo, sem a hipócrita apropriação dos verdadeiros sentidos das palavras, tão em voga nos últimos tempos)
    Bravo minha irmã!
    Bjs

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    1. Mana, Querida!

      Adorei a tua presença aqui e o teu belíssimo
      comentário e ecou em mim as tuas palavras
      na emoção de irmandade e comunhão de idéias
      nossas...
      Saudades de ti, sabias?...rss
      Ficas bem e a frase da nossa Mãe:
      "Cabeça erguida, Filhas!..."
      Beijos.

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  3. tia
    posso compartilhar esse poema no face?

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    1. Minha Bru,

      Claro que pode, meu amor.
      Amo-te muitooo!!
      Beijos saudosos.

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  4. Eita tia o outro recado nao apareceu.
    eu tinha dito que achei teu poema lindo e emotionante.
    te amo

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    1. Minha Linda,

      Muito obrigada!!
      Te amo, querida.

      Ps: Estou em falta com aquele email enorme
      (tipo jornal...rss) da lista dos filmes, ainda?
      ...rss

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  5. Ah! Suzete, se pudessem os poetas mudar o mundo...
    Parabéns pelo belo poema.
    Abraços,
    Pedro.

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  6. Este poema "revolucionário" onde se diz o que diz não é "mudo, inoperante, inofensivo". Pelo contrário. Faz lembrar Thiago de Mello da coleção Viola de bolso ou qualquer outro título da coleção que já não lembro "Faz escuro mas eu canto porque a amanhã já vai chegar".
    Não creio que nos tirem a liberdade porque saberemos lutar.
    Além de libelo contra "violência", é um poema com imagens "acachapantes".
    Não o levarei para o "Face" porque não tenho "Face", mas ergo a minha barricada para lutar ao teu lado.
    Tão bom que não guardes em mãos cerradas este teu canto, mas tão bom que mantenhas os punhos cerrados para lutar pelas tuas convicções.
    Um abraço,

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  7. Olá, Suzete.
    A indignação do poeta.
    Pudesse um poeta que fosse, mudar o mundo e o mundo não seria o mundo, seria poesia pura em cada pedra basilar.
    bj amg

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  8. Suzete, esse é o sentir de muitos brasileiros. Nem há necessidade de citar nomes porque os lemos em seu grito de revolta, conhecedores das faces que se encondem atrás das máscaras. Sempre haverá corações valentes a lutar contra as correntes, abraçando a liberdade. Bjs.

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  9. Um grito que ressoou até aqui!
    Um grito que não é mudo, mas os poderes são surdos. Quando num parlamento (Casa da Democracia), se assiste ao triste, deprimente, e repugnante espetáculo de ilusionismo e de sombras, e o louvor a um dos grandes torturadores do Regime Militar, algo está podre e tresanda no reino da política brasileira. Eu própria fiquei de queixo caído com tão miserável encenação.
    A verdade é que uma voz nunca chegará para mudar as coisas, mas existe pelo menos, uma consciência bem livre, transparente e objectiva, a exprimir-se sobre a injustiça que corrói e faz sangrar.
    Pouco pão e muito circo, dividir para reinar, muita mentira e pouca verdade. Como afirmou Gregório Duvivier . " Querer tirar Dilma por corrupção é limpar o chão com bosta".
    O teu magnífico poema tem a força de um coração e de uma vontade que não se rendem e que se agitam perante a ignomínia, e é quanto a mim um dos mais belos e significativos que já escreveste. Libertário, no melhor sentido da palavra.
    Melhor mesmo seria não ter havido a necessidade de escrever.
    Triste, muito triste. E perigoso.
    Um abração e xx, nessa alma valente, Suzete! A tua poesia poderá não mudar o mundo, mas ajuda a mudar quem a lê.

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  10. Julgo que este poema (excelente) tem como "pano de fundo" os recentes acontecimentos políticos no Brasil. Mas em qualquer caso, o poema é intemporal.
    E, como diria um grande poeta português, "não sei para onde vou, mas sei que não vou por aí".
    Os meus aplausos para tão brilhante poema. Parabéns.
    Bom fim de semana, querida amiga Suzete.
    Beijo.

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  11. Magnifico poema, um grito sentido e profundo.
    Beijinhos
    Maria

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  12. Comove,sim, Suzete, pelo que estamos a ver, a sentir e a lutar por aqui. Existem momentos que as pedras encaixam tão bem, as coisas ficam tão claras que mais lindo é ver um povo unido pelo mesmo ideal!
    Carinho.

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  13. O meu grito é mudo,

    Um grito silencioso que faz muito barulho.

    Felicidades
    MANUEL

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  14. Voltarei para comentar o poema em si.
    Para já, queria dizer-te que tenho acompanhado a situação no teu país, que muito me entristece. É bastante unânime que há um feroz aproveitamento político. Que, pelo menos, não haja retrocesso face a um passado ainda não tão distante assim
    Por cá, comemora-se 40 anos da Constituição da República Portuguesa e, no dia 25, 42 da chamada revolução dos cravos.
    Bjo, amiga

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  15. Grito consigo, minha amiga Suzete Brainer. Um poema de revolta e de esperança ao mesmo tempo.
    Um beijo.

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  16. Minha querida: o teu poema é tão cheio que não carece do meu comentário...
    "O meu grito é mudo, inoperante e inofensivo:
    São palavras sangradas
    de uma poesia que não muda o mundo." - quem sabe? por que razão não se unem os homens e as mulheres das palavras? Em Portugal, a poesia e a canção ajudaram a preparar consciências para que o 25 de Abril fosse uma realidade. Deleita-te com o nosso grande José Carlos Ary dos Santos em
    http://pensador.uol.com.br/autor/jose_carlos_ary_dos_santos/
    Mas tivemos outros grandes nomes, como, certamente vocês os tiveram.
    Parabéns por este grande poema.
    Bjo :)




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  17. a poesia pode não mudar o mundo, mas as palavras mudam sim quando se grita mesmo em silêncio.
    um poema onde a revolta e a esperança se entrelaçam.
    um beijo
    :)

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  18. OI SUZETE!
    BOM SERIA SE FOSSEM OS POETAS RESPONSÁVEIS PELA MUDANÇA DO MUNDO.
    TEU GRITO É O DE TODOS NÓS BRASILEIROS. QUE A SUJEIRA QUE SE ACUMULOU EM NOSSAS CLASSES POLÍTICAS SEJA BANIDA E JUNTO COM ELA TODOS OS TRAIDORES DE NOSSA PÁTRIA E DIGNIDADE.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  19. Um belo poema para uma realidade difícil de engolir e que os nossos governantes já sabem onde vai dar e ainda sim continuam no mesmo caminho. Gritamos, sim, mas ninguém nos ouve.

    Gostei por demais, Suzete.

    Beijinho.

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  20. Um grito é um grito, nem que seja para dizer que estamos vivos. Depois, que fazer com a dignidade? á que preservá-la, sempre!

    Um beijinho :)

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  21. "Uma poesia não muda o mundo" (?)
    Que seria do mundo sem poesia? Mais cruel, mais injusto, mais negro, mais...: pior.
    E quando se ergue a voz, enquanto tantos sem pinga de vergonha nem ética se desmultiplicam com jogos de simulação, em espectáculos indecorosos, é mais que lindo. Ela merece e deve subir ao alto.
    Vale pois a pena a Poeta mostrar os paradoxos do mundo.

    Abç, amiga.

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  22. O grito mudo soa avassalador!
    as palavras depositadas em verso
    no silêncio da verdade silenciada
    ouvem-se mais alto
    do que a arrogância berrada
    da estupidez.

    Gostei. Fica para memória de um futuro que há-de ser brevemente.
    Beijo.

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