segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Não Sou a Palavra que Rasga a Tua Voz












       
Não sou a palavra que rasga a tua voz.

Às vezes posso Ser silêncios que observam

As tuas escolhas,

Sempre sem a (minha) intromissão.

Quero a verdade em todas as cores

Desarrumadas

Desalinhadas

Na tua imperfeição.


Não acredito na modelagem do outro,

Na aparência do avesso do que se é.

Quero sempre comigo a nua estrada

Na essência de Ser livremente,

Palavra dada de coração alado em busca

Da boca pedida,

No corpo na medida

E alma expandida de perfume em combustão...


Quero os teus olhos meus

No movimento de perdição.

A tua certeza no passeio em que me abarca,

Num único modo

De (A)Mar em mim...


Quero que venhas

Com toda a perfeição dos teus olhos

Que sabem que

Eu sou o teu infinito!...




Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)


Imagem : Obra de Daniel Gerhartz.  





21 comentários:

  1. Olá Suzete,

    Parabéns pelo seu “Não Sou a Palavra que Rasga a Tua Voz”, um belo poema.

    Uma boa semana.
    Abraços.

    ResponderExcluir
  2. Aceitar o outro como é "Quero a verdade em todas as cores Desarrumadas Desalinhadas Na tua imperfeição"... Um poema muito belo, este.
    Um beijo.

    ResponderExcluir
  3. não será a "palavra que rasga a voz" do outro - aquele que se enuncia no corpo do poema! (se a Poeta o diz, como duvidar?)

    não será assim, em sua autenticidade, a palavra, por certo!
    mas será antes "movimento" e "olhar" e "voz" - a rasarem o sublime.

    beijo

    ResponderExcluir
  4. Escrito em primeira pessoa, subentende-se de imediato a reflexão do sujeito, assumindo-se perante o outro, dizendo-lhe sutilmente que venha - “sem mentir pra você”, como o fez Chico Buarque, em Sem fantasia -, “com toda a perfeição dos teus olhos / que sabem que / eu sou teu infinito!...”
    É interessante observar a sucessão de proposições e a dinâmica que imprimem ao poema, consubstanciando o modo de afirmar-se do eu lírico, revelando suas “convicções” diante do outro. Supõe-se que o outro compreende as razões do sujeito.

    Afetuoso abraço na simetria dos passos do frevo que cega e ilumina
    os passistas e pastoras (?).

    ResponderExcluir
  5. Olá querida Suzete,

    "Quero os teus olhos meus"... Isto me soou tão romântico e lindo!rs. Aliás, os últimos versos também primam pelo romantismo:
    "Quero que venhas
    Com toda a perfeição dos teus olhos
    Que sabem que
    Eu sou o teu infinito!..."

    Creio que não se modela ninguém. Certezas devem coroar toda relação que se pretenda construir.

    Lindamente escrito e lindamente sensível.

    Beijo.

    ResponderExcluir
  6. Su, meu amor!

    Tu és o meu infinito!...rss
    A minha Poetisa de predileção e tu sabes o quanto
    eu sou exigente (que para ti é perfeccionismo...rss),
    a tua poética e arte literária brilham no caminho
    próprio e luminoso (já conquistado o teu estilo "Suzeteano").
    É irrecusável, irresistível e inesquecível a tua arte
    poética e literária!
    Sei,amor, que tu achas desnecessário expressar aqui,
    o que eu já verbalizo para ti sempre.
    Mas, tive esta vontade de fazê-lo, porém, fui
    bem sucinto...rss
    Os meus beijos teus,
    Do teu, sempre teu.
    Manoel Belo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, meu amor!...rss
      Sabes que "A tua imagem na janela da minha alma",
      permanente em mim...
      Adorei o comentário sucinto!...rss
      Beijos do teu infinito (Su)!

      Excluir
  7. Su, querida!

    Mais um poema belíssimo e como disse Belo (o teu marido),
    no teu estilo "Suzeteano", com luz própria imitável,
    mesmo que seja muito inspirador o que tu escreves, mas é
    impossível de imitar, pois o criador conquistou um
    caminho novo expressivo e os imitadores que seguem
    o mesmo caminho se perde na falta da originalidade
    e a genuína beleza criadora.
    Mais um poema teu com esta beleza criadora que
    nos hipnotiza a cada leitura.
    As imagens são belas do Daniel Gerhartz!
    Beijos e abraço cheio de saudade!
    Nara.

    Ps:Eu e o Jorge sentimos muita saudade do
    convívio com vocês dois...
    Abraço para o querido Belo!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Narinha, querida!

      Fico tão encantada com o teu olhar generoso
      na minha poética!...
      Amiga preciosa e rara, assim como tu és,
      sempre nos ilumina através do olhar
      luminoso da amizade verdadeira!...rss
      Te adoro, minha amiga!!
      Nós também sentimos muita saudade do
      convívio com vocês dois. Abraço também
      para o querido Jorge!
      Beijos e abraço saudoso e grato, minha irmã de alma.

      Excluir
  8. Olá, Suzete, não falta romantismo e nem elegância nessas palavras que brotam do fundo da alma. Amor sobrando, amiga! Lindo.
    Beijo!

    ResponderExcluir
  9. Suzete absolutamente maravilhoso.
    Beijinhos
    Maria

    ResponderExcluir
  10. Boa noite Suzete.
    A tua obra é linda, toda ela, mas "...Palavra dada de coração alado..." minha nossa, como é raro. Não só o verso.
    Agradeço de coração o teu carinho, saiba que me veio num momento tão oportuno, muito obrigada.
    A Salete é dessas pessoas raras, que a gente ama fácil.
    Muito obrigada.
    Um beijo, lu.

    ResponderExcluir
  11. Boa noite Suzete.
    Sinto o amor em cada palavra, desse lindíssimo poema. Aceitar o outro como é ."Quero a verdade em todas as cores Desarrumadas Desalinhadas Na tua imperfeição" Meus parabéns pelo poema. Lindos dias para vocês. Enorme abraço.

    ResponderExcluir
  12. As pessoas não são como barro e não podem ser modeladas. E se o fossem, perderiam essa verdade que as torna reais e dignas de afeto. Existe uma autenticidade aplaudível em sua escrita, que mostra clareza no sentir, nas expectativas, no pedido. E muito talento, querida! Bjs.

    ResponderExcluir
  13. O outro só pode existir na liberdade de Ser, tem de ter a sua voz própria, e a nós compete-nos ouvir essa voz, porventura imperfeita, mas verdadeira. É a verdade que nos faz desejar comunicar, e possibilita a abertura da alma e do corpo ao encontro do amor, e aí todo o olhar que busca o infinito será um olhar perfeito.
    Poesia da transparência! Belo.
    xx

    ResponderExcluir
  14. Olá, Suzete
    traças no teu poema um segredo da vida:
    a verdade é nua, não se veste de enfeites e preconceitos.

    Bj.

    ResponderExcluir
  15. Verdade: querer moldar o outro só pode ser obsessão, nunca amor. É na aceitação da(s) diferença(s) que os olhares se apuram.
    Belíssimo voo poético, querida amiga.
    BJO :)

    ResponderExcluir

Este é um espaço importante para você deixar inscrito:

A sua presença,

O seu sentir,

A sua leitura,

A sua palavra.

Grata por compartilhar este momento de leitura aqui!

Abraço de Paz!

Suzete Brainer.