Para ti
Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo
Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre
Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só olhar
amando de uma só vida
Autor: Mia Couto.
Livro:Mia Couto [poemas escolhidos]
seleção do autor
Apresentação José Castello
Companhia das Letras
Mia Couto: Nasceu em 1955 na Beira, Moçambique.
É biólogo, jornalista e autor de mais de
trinta livros, entre prosa e poesia.
Recebeu uma série de prêmios
literários, entre eles o Camões em 2013.
Belíssima música de Lenine e
Lula Queiroga que toca bem
profundo na onda da alma...
Embalado pelo ritmo Pernambucano
da Ciranda.
Vou ali na onda da Ciranda e
volto logo...
Beijos e Abraço de paz!
Oi. Curti muito seu blog. Já estou seguindo!
ResponderExcluirVai lá?
http://oplanetaalternativo.blogspot.com
Parabéns pela escolha do poema ! Adoro a sua Autora!
ResponderExcluirAmei de verdade
beijinhos
Grande Poeta e Escritor, o Mia.
ResponderExcluir(e este belo poema eu não conhecia)
Grande Som.
Um beijo, Amiga (foi bom, este momento)
Poema e música lindos! Gostei muito! bjs, ótima semana,chica
ResponderExcluirQuerida Suzete,
ResponderExcluirAprecio demais a poesia de Mia couto e este é sem dúvida um dos seus mais belos poemas.
Mas fiquei rendida ao poema O Último Pôr do Sol de
Lenine que desconhecia :
A onda ainda quebra na praia,
Espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora, eu fiquei
Sentindo saudades do que não foi,
Lembrando até do que eu não vivi, pensando em nós dois
Eu lembro a concha em seu ouvido,
Trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho olhando o Sol morrer
Por entre as ruínas de Santa Cruz lembrando nós dois
Os edifícios abandonados,
As estradas sem ninguém,
Óleo queimado, as vigas na areia,
A Lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,
Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas
Pois no dia em que ocê foi embora, eu fiquei
Sozinho no mundo, sem ter ninguém,
O último homem no dia em que o Sol morreu.
Um beijinho grato por estas maravilhosas partilhas.
O Toque do coração
Poema e música...Espectacular !
ResponderExcluirCumprimentos
desejo, amiga Suzete, que a ausência seja breve e leve
ResponderExcluiro poema e música de uma vida. sem dúvida
beijo
Grata pela melodia e pelo poema. Boas escolhas, amiga!
ResponderExcluirBeijinho.
Suzete , seu post está perfeito . Mia Couto é um dos meus escritores favoritos . O pano de fundo com Lenine espelha sua sensibilidade . Obrigada , amiga . Beijos
ResponderExcluirExcelente, excelente!!!
ResponderExcluirAdoro Mia na poesia, mas na prosa fico presa na sua transcendência pela recriação da língua e do modo de narrar.
Muito bom gosto, amiga, na poesia e música.
BJO :)
Minha cara amiga,
ResponderExcluirO bom gosto revela-se aqui neste trabalho.
Bj.
Lindo!
ResponderExcluirBom gosto!
Beijinho
Mais duas partilhas de excepcional qualidade... que é um verdadeiro privilégio, descobrir e apreciar!
ResponderExcluirGrata por isso, Suzete! Um beijo imenso!
Ana